“Coronavírus acelerou os planos digitais da Marisa”, diz CEO

Com a pandemia, Marisa teve um prejuízo de R$ 107,1 milhões no 1º trimestre. Pimentel afirma que a companhia está focada em acelerar os planos no digital

Letícia Toledo

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SÃO PAULO – A pandemia obrigou todas as grandes varejistas de moda do país a fecharem suas portas. Na Marisa (AMAR3), o coronavírus chegou em um momento bastante delicado: o fim de um processo de turnaround.

A companhia anunciou na quinta-feira (28) um prejuízo de R$ 107,1 milhões no primeiro trimestre, ante os R$ 32,4 milhões em perdas no mesmo período do ano anterior. A receita líquida entre janeiro e março foi de R$ 571,7 milhões, uma queda de 5,4%.

Pra quem prefere ver o copo “meio cheio”, a crise permitiu que a Marisa acelerasse seus planos para tornar a companhia mais digital. O “ship from store” (envio de produtos comprados no e-commerce diretamente das lojas) já foi implementado em 130 das 354 lojas da empresa desde o início da pandemia. Na semana passada, a empresa também fez o pré-lançamento do programa “Sou Sócia”, que vai permitir que qualquer pessoa se torne um vendedor digital da rede.

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“Eram medidas que já estavam previstas, mas que aceleramos a implementação por conta da crise”, afirmou Marcelo Pimentel, CEO da Marisa em live do InfoMoney nesta quinta-feira (28). Veja a entrevista completa no player acima ou clique aqui.

Pimentel afirma que a companhia ainda tem uma série de iniciativas com foco no digital que devem ser lançadas em breve. Entre elas está o aplicativo da Marisa, que será disponibilizado em junho e ofertará não apenas a compra de mercadorias como também os produtos financeiros da empresa. “Nosso objetivo é ser o app da mulher brasileira, por isso vamos unir moda e serviços”, disse.

Nos primeiros três meses do ano as vendas da Marisa no e-commerce cresceram 47,3%, ante a alta de 52,5% no mesmo período do ano passado. Em 2019, o e-commerce foi responsável por cerca de todas as 7% das vendas. Segundo Pimentel, esse percentual deve chegar ao duplo dígito já em 2020 devido à pandemia.

“O que sabemos é que nada será mais como antes, mas também não acredito que o que estamos vivendo agora é o novo normal. Por isso nosso foco é tornar a companhia ágil e híbrida. Nos preparar tanto para o crescimento digital quanto da loja física”, afirmou durante a live.

Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.