Consumo de aço da construção civil segue em queda na América Latina, diz associação

Dados mais recentes da Alareco apontam que, por outro lado, setor industrial vem puxando a demanda pela matéria-prima

Rikardy Tooge

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Os principais setores consumidores de aço apresentaram comportamento misto neste início de 2023, segundo dados mais recentes da Associação Latino-Americana do Aço (Alacero), entidade que reúne gigantes do setor na região, como ArcelorMittal e Gerdau (GGBR4).

O setor de construção segue sendo detrator no consumo de aço na América Latina. De acordo com a associação, o setor demandou 2,2% menos em janeiro, na comparação com igual período de 2022. Nos meses de novembro e dezembro, a atividade também apresentou retração próxima a 1%.

Por outro lado, o setor industrial apresentou consumo crescente, com alta de 5,3% no mesmo comparativo. O resultado foi puxado por empresas da Argentina e Peru, que apresentaram avanço de 6,3% e 1,1%, respectivamente. Neste sentido, o México, outra grande referência regional, desacelerou 2,7% no segmento.

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Dentro da atividade industrial, a produção de máquinas consumiu 8,7% mais, com destaque para o Chile, que cresceu 12,5% no comparativo anual. A fabricação de eletrodomésticos na região  retomou fôlego após 17 meses de retração, impulsionado por um crescimento de 19,2% vindo da Argentina.

Ao todo, o consumo de aço na América Latina foi de 6,2 milhões de toneladas em janeiro, 8,4% mais em relação ao mesmo mês do ano passado. As importações totalizaram 1,9 milhão de toneladas, queda de 13,3%, com a exportação de 607 mil toneladas, recuo de 34,7%.

Vale ressaltar que o consumo de aço é considerado uma proxy importante da atividade econômica. Quando as economias estão acelerando, a tendência de maior demanda pelo produto, essencial na atividade industrial e de construção. Por outro lado, um consumo retraído pode antecipar um sinal de recessão em algum país ou região.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br