Construtoras interrompem obras da Petrobras no Comperj e demitem 800 funcionários

O consórcio, formado pela Construtora Queiroz Galvão, Iesa Óleo & Gás e Tecna Brasil, disse que as negociações com a Petrobras seguem "visando a mais breve retomada das atividades"

Reuters

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RIO DE JANEIRO (Reuters) – Cerca de 800 pessoas que trabalham na construção das Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs), da Petrobras, no Comperj, em Itaboraí (RJ), serão demitidas e a obra será paralisada temporariamente, segundo o consórcio responsável pelo empreendimento, alegando impactos da crise econômica no projeto.

O consórcio, formado pela Construtora Queiroz Galvão, Iesa Óleo & Gás e Tecna Brasil, disse que as negociações com a Petrobras seguem “visando a mais breve retomada das atividades”.

As UPGNs da Petrobras estão sendo construídas dentro Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um dos empreendimentos envolvidos em um bilionário esquema de corrupção e que já acumula atrasos de vários anos.

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As UPGNs irão receber grande parte do gás natural que será extraído do pré-sal.

Procurada, a Petrobras disse que está tomando todas as medidas necessárias para evitar atrasos e não descarta rescindir o contrato e buscar novos fornecedores no mercado.

Segundo a petroleira, 650 pessoas foram demitidas até terça-feira.

Segundo a petroleira, o QGIT informou na quinta-feira passada a intenção de encaminhar uma proposta de repactuação do contrato e a paralisação das obras a partir de outubro, devido a “severas dificuldades financeiras”.

“A Petrobras informou ao Consórcio que não seria aceita a repactuação do contrato, uma vez que a Petrobras está em dia com todas as suas obrigações contratuais, e que não concorda com a paralisação das obras”, afirmou a Petrobras em nota à imprensa.

O atual cronograma da Petrobras prevê iniciar as operações das UPGNs em outubro de 2017.

(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)