CEOs do agronegócio sinalizam demanda chinesa firme para 2023

JBS e Brasilagro acreditam que asiáticos seguirão buscando proteína e grãos do Brasil em ritmo forte após fim da política de 'covid zero'

Rikardy Tooge

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A China seguirá garantindo demanda firme aos produtos do agronegócio brasileiro em mais um ano, na visão de dois dos principais CEOs do setor. Para Gilberto Tomazoni, CEO da JBS (JBSS3), e André Guillaumon, da Brasilagro (AGRO3), o fim da política de “Covid zero” no país asiático dará suporte a uma procura mais firme às exportações brasileiras.

Em 2022, os chineses foram responsáveis por US$ 50,8 bilhões, ou 31,9%, de todas as exportações do agronegócio brasileiro, que totalizaram US$ 159 bilhões. A China é a principal cliente do setor.

E, na visão de Tomazoni, o crescimento populacional em conjunto com a urbanização dos chineses deverão dar impulso extra na procura de alimentos, em especial às proteínas animais.

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“Estruturalmente, o Brasil está bem posicionado, assim como a Austrália”, destacou o executivo, em painel no XP Agro Conference, que reúne lideranças do setor em São Paulo. “Estamos prontos para fornecer este mercado, vemos uma perspectiva bastante positiva para a China, bem como para a Ásia inteira”, acrescentou o executivo.

Na mesma linha, Guillaumon lembrou da abertura de mercado chinesa ao milho produzido no país, que deverá ser uma grande avenida de crescimento para as exportações do cereal, a exemplo da soja, que é o principal produto do Brasil vendido ao exterior.

“A abertura da China é um grande marco e nos dará potencial para avançar a produção a 180 milhões de toneladas até o fim da década [atualmente o Brasil produz cerca de 110 milhões de toneladas]. Mas vamos precisar abrir ainda mais mercado para garantir a rentabilidade”, reforçou o CEO da Brasilagro.

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Aquicultura tem grande potencial para JBS

Gilberto Tomazoni, da JBS, defendeu o potencial da produção de peixes para uma nova frente de crescimento aos negócios da empresa.

“É a proteína mais consumida no mundo, e temos um crescimento importante vindo da Ásia e da África. É uma produção muito parecida com a do frango e podemos avançar”, disse o executivo.

Tomazoni lembrou do investimento feito pela JBS recentemente na compra da australiana Huon, que produz salmão, em um negócio de R$ 2,1 bilhões em 2021.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br