CEO da Fiat Chrysler explica motivos da fusão com a Peugeot-Citroën

Nova marca será a quarta maior montadora do mundo do setor automobilístico, com potencial de venda anual de quase 9 milhões de unidades

Giovanna Sutto

(Divulgação/FCA)

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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (31), a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e a PSA Peugeot Citroën anunciaram que concluíram o acordo de fusão.

Unidas, as empresas formarão a quarta maior montadora do mundo, com potencial de venda anual de quase 9 milhões de unidades e receita combinada de aproximadamente 170 bilhões de euros.

O InfoMoney teve acesso a um comunicado interno enviado por Mike Manley, CEO do grupo FCA, no qual explica os motivos da fusão.

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Segundo Manley, a fusão tem o objetivo de criar uma empresa “global líder em mobilidade – um grupo com a escala, talentos e recursos para competir e vencer numa indústria em transformação”.

O executivo explica que, ao se tornar um único grupo, as empresas serão capazes de gerar valor significativo, com uma sinergia de cerca de 3,7 bilhões de euros.

Manley ressalta, no entanto, que as sinergias advindas da fusão não são baseadas no fechamento de fábricas – o que pode indicar que não haverá demissões de funcionários.

A fusão gera a união de 12 fabricantes nos segmentos de luxo, premium, carros de passeio e comerciais leves. Entre as marcas, estão: Fiat, Chrysler, Jeep, Alfa Romeo, Maserati, Peugeot e Citroën.

Na conta oficial das marcas, são 20 empresas, que incluem subdivisões de veículos comerciais, de competição, entre outros.

Além disso, Manley explica que, nas próximas semanas, deverá sair um Memorando de Entendimento e, após mais algum tempo, haverá um acordo sobre a documentação definitiva e aprovações dos acionistas.

Segundo a assessoria de imprensa da empresa, antes do fechamento da transação, a FCA vai distribuir aos seus acionistas um dividendo especial de 5,5 bilhões de euros, assim como sua participação acionária na Comau.

Adicionalmente, antes da conclusão, a Peugeot vai distribuir a seus acionistas a sua parcela de 46% na Faurecia, fornecedora da companhia.

Confira o comunicado na íntegra: 

“Prezados(as) colegas,

Tenho o prazer de anunciar que caminhamos para uma fusão 50/50 com o Groupe PSA, com o objetivo de criar um grupo global líder em mobilidade – um grupo com a escala, talentos e recursos para competir e vencer numa indústria em transformação.

A combinação dos negócios vai criar o quarto maior grupo automotivo, com potencial de venda anual de quase 9 milhões de unidades e receita combinada de aproximadamente 170 bilhões de euros. Vai reunir as respectivas forças das marcas nos segmentos de luxo, premium, carros de passeio e comerciais leves. Também se beneficiará da maior capacidade em tecnologias que estão remodelando o futuro da mobilidade.

Ao nos tornarmos um único grupo, seremos capazes de gerar valor significativo, entregando aproximadamente 3,7 bilhões de euros em sinergias anuais estimadas de execução a partir de eficiências em investimentos advindas do compartilhamento de plataformas de veículos, powertrains, tecnologias e maior capacidade de compra. Essas sinergias NÃO são baseadas no fechamento de fábricas.

Permitam-me acrescentar que essa proposta de fusão é mais do que números e sinergias. Vamos reunir duas empresas com uma visão compartilhada, abertura e confiança mútua.

Em uma observação pessoal, meu respeito e amizade com o CEO do Groupe PSA, Carlos Tavares, vêm de quase uma década. Estou inspirado com a perspectiva de trabalhar em parceria com ele e com todos vocês para construirmos juntos uma grande nova companhia.

Fundir companhias e culturas é algo que sabemos fazer bem. A FCA é produto de nossa habilidade em alavancar as experiências, abraçar a diversidade e buscar coletivamente os resultados.

A combinação que temos em vista com o Group PSA construirá nas bases desse sucesso.

Esperamos finalizar nossas discussões e alcançar um Memorando de Entendimento nas próximas semanas. Depois disso, levará algum tempo para que haja acordo sobre a documentação definitiva e para que se completem as consultas necessárias e as aprovações dos acionistas.

Nesse ínterim, é extremamente importante que continuemos a operar como uma companhia forte e independente, seguindo o nosso plano de negócios e entregando os resultados com os quais nos comprometemos.

Em breve, vou realizar um Town Hall global no qual falarei mais sobre o estado de nossos negócios, sobre a fusão anunciada e sobre minhas expectativas para o resto deste ano. Espero poder responder muitas perguntas de vocês.
Obrigado novamente por seu trabalho duro e comprometimento. 

Mike Manley
Q2MM”

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.