Centauro: como um empresário falido construiu a varejista de R$ 5,8 bilhões

Sebastião Bomfim contou a história da criação da empresa e sua evolução ao longo dos anos no podcast Do Zero ao Topo

Letícia Toledo

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SÃO PAULO – Quando viu a sede de sua primeira empresa, uma fabricante de balanças, chegar ao número de 60 funcionários o mineiro Sebastião Bomfim Filho teve certeza de que havia criado o negócio que o deixaria rico. Menos de dois anos depois, em 1980, a certeza de Bomfim chegou ao fim juntamente com o caixa da companhia.

Na época com 28 anos e uma filha recém-nascida, o empreendedor ignorou o conselho de amigos e da família de que deveria arranjar um emprego para pagar as contas da casa. Sentado em seu quarto e com suas últimas economias em mãos, cerca de US$ 10 mil, ele tomou três decisões que dariam origem ao que é hoje  maior varejista esportiva do país, a Centauro ([ativo=CNTO3]), avaliada em mais de R$ 5,8 bilhões.

“Foram três decisões importantes: a primeira foi a de que eu realmente queria ter o meu negócio, a segunda foi que eu iria construir algo no varejo, embora não soubesse direito em qual segmento e, a terceira foi que eu teria esse meu negócio de varejo durante toda a minha vida”, conta Bomfim.

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A história de Bomfim e da criação da Centauro é tema do 26º episódio do podcast Do Zero ao Topo. O programa está disponível no player acima e também no SpotifySpreakeriTunesGoogle PodcastsDeezer e Castbox. É possível também fazer o download clicando aqui.

Da loja em Belo Horizonte aos maiores shoppings do país

Com a primeira loja inaugurada em 1º de abril de 1981, o grande diferencial da Centauro no início foi se posicionar como uma varejista esportiva premium. “As lojas esportivas até então eram mal iluminadas, com produtos empilhados, eram feias. Eu queria fazer algo bonito, bem iluminado” diz Bomfim. Com o slogan “artigos esportivos finos” a Centauro logo se destacou.

No final dos anos 90, a varejista já tinha 22 lojas em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em Brasília. O negócio era estável, mas, para continuar crescendo, Bomfim sabia que precisava encontrar um novo modelo.

“Aí me veio uma ideia. Meu raciocínio foi o seguinte: o brasileiro lê muito pouco e o país está cheio de grandes livrarias, por que é que nós somos o país do futebol e não temos uma grande loja esportiva?”, afirma.

Foi com o conceito das superlojas, de mais de 1.000 metros, que a Centauro se espalhou pelo país. Hoje a empresa tem mais de 190 lojas e faturou quase R$ 1,7 bilhão nos primeiros nove meses de 2019.

Neste ano a companhia abriu seu capital na bolsa brasileira em uma oferta de ações de R$ 772 milhões. Outro fato importante para a Centauro neste ano foi a disputa pela aquisição da varejista esportiva Netshoes, que foi comprada pelo Magazine Luiza. “Essa história já passou, agora estamos focados na Centauro e acreditamos que temos um diferencial”, afirma Bomfim. Mais detalhes no podcast.

Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.