Cade recomenda aprovação da fusão entre Localiza e Unidas com ‘remédios’

O negócio agora segue para avaliação do Tribunal do Cade, com prazo até janeiro de 2022

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO — A Superintendência-Geral do Cade, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, emitiu parecer na noite de ontem (6) recomendando a aprovação da fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) mediante “remédios”. O negócio agora segue para avaliação do Tribunal do Cade, com prazo até janeiro de 2022.

Em um documento com mais de 200 páginas, o Cade afirmou que a concentração das operações “gera riscos relevantes para o ambiente competitivo no mercado de locação de veículos (RAC)”. O tamanho da concentração no RAC, segundo a autarquia, seria de 70% após a fusão das duas companhias.

E, além do RAC, também seriam prejudicados os mercados de gestão e terceirização de frotas (GTF) e venda de veículos usados no atacado e varejo (seminovos). “A presente operação acarreta sobreposições horizontais em todos os mercados indicados”, destacou o Cade em seu parecer.

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Sobre o RAC, o Cade afirmou que “o mercado pós-operação seria altamente concentrado, contaria com apenas um outro concorrente com atuação nacional (Movida) e a franja, composta por players regionais e locais, e não seria capaz de rivalizar efetivamente com as locadoras nacionais.”

Apenas no segmento de locação de veículos, a nova companhia deteria as marcas Localiza, Unidas e as internacionais da Vanguard, Enterprise, National e Alamo. “A oferta de todas essas marcas por um player tão relevante no mercado de RAC tem o potencial de gerar uma falsa ilusão para os clientes de que eles estariam comparando preços de concorrentes, quando, na verdade, trata-se de marcas gerenciadas por um mesmo agente”, destacou o Cade.

No segmento de gestão e terceirização de frotas (GTF), o Cade disse que não é provável o exercício de poder de mercado pelas requerentes — a Unidas é o maior player de gestão de frotas do Brasil.

O que acontece agora?

A autarquia recomendou a celebração de um ACC, um Acordo em Controle de Concentrações, com remédios estruturais e comportamentais, o que deve ser analisado pelo Tribunal do Cade e pelas empresas envolvidas na operação.

Concorrentes no mercado de locação de veículos, como a Movida (MOVI3), já se posicionaram contra a aprovação da operação pelo Cade. Em entrevista recente ao InfoMoney no projeto Por Dentro dos Resultados, o CFO da Movida, Edmar Lopes, reforçou a posição da empresa sobre o assunto — clique aqui para assistir à live na íntegra.

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