BTG corta preço-alvo de ADRs da Petrobras, mas ainda recomenda compra

Para banco, principal risco para a companhia é o elevado nível de endividamento, que demanda capitalização no mercado

Ana Carolina Cortez

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SÃO PAULO – O BTG Pactual reduziu o preço-alvo das ADRs (American Depositary Receipts) da Petrobras (PETR4), após a divulgação de resultados menores que o esperado por analistas de mercado no segundo trimestre. Para o banco, os papéis da estatal devem fechar o ano em US$ 28,50, ante a última projeção, de US$ 30,50.

Ainda assim, isso representa uma valorização de 47% sobre o fechamento de sexta-feira (3). A recomendação de compra, portanto, foi mantida. “Nossa recomendação de compra foi mantida, mas essa decisão demanda mais cautela”, complementou a equipe de análise do BTG.

O banco traz como principal risco para a companhia o elevado nível de endividamento, que atinge quase 2,5 vezes o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Esse patamar, contudo, tende a permanecer alto enquanto a petrolífera mantiver o ritmo de investimentos, alerta os analistas Luiz Felipe Carvalho e Dario Valdizan, em relatório.

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“Isso traz um questionamento fundamental: a Petrobras precisará se capitalizar? No passado, os gestores da empresa enfatizaram que essa não era uma opção em nenhuma circunstância”, destaca o BTG, afirmando que a companhia talvez tenha que mudar de postura eventualmente.

O cenário negativo foi parcialmente compensado pelo avanço no preço do diesel, que subiu 6% no segundo trimestre – cenário que estava fora da previsão do banco. Isso contribiu para que a estimativa de lucro por ADR da Petrobras fosse reduzido apenas em 30%. “Elevamos a probailidade de que a companhia faça um aumento de capital em 45%” – ante 30% da última projeção.