Brasil Foods negocia criação de joint venture com conglomerado chinês

Acordo deve aumentar o desenvolvimento da marca Sadia na China; para Ativa acordo é positivo para BRF

Edilaine Felix

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SÃO PAULO – A Brasil Foods (BRFS3) anunciou que está negociando com a empresa chinesa Dah Chong Hong Limited, companhia aberta listada na bolsa de Hong Kong, a criação de uma joint venture com o objetivo de aumentar a distribuição de produtos da brasileira no mercado chinês.

De acordo com o comunicado da companhia, a parceria visa “o acesso à distribuição de produtos no mercado chinês, o processamento de carnes em unidades locais, o desenvolvimento da marca Sadia na China e a entrada nos canais de varejo e food service”. As operações devem abranger os mercados de Hong Kong, Macau e China Continental.

Em comunicado registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a BR Foods esclarece que a empresa chinesa é uma subsidiária do conglomerado Dah Chong Hong Holdings Limited (DCH) – distribuidor de automóveis, alimentos e produtos de consumo na China, com estrutura para distribuição de resfriados e congelados. A holding chinesa é controlada pelo Grupo Citic Pacific, que é 57,5% estatal.

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Ganho de mercado
Em nota, o presidente da Brasil Foods, José Antonio Fay, considera a concretização da joint venture um importante passo para a atuação da BRF na China.

Para Fay, a BRF tem planos muito mais ambiciosos para aquele mercado que tem apresentado significativas taxas de crescimento. “Um parceiro local, com profundo conhecimento dos canais de distribuição e varejo, será fundamental para a exposição de nossa marca e para que os consumidores da China possam conhecer a qualidade de nossos produtos e a capacidade de inovação da BRF”, diz.

Acordo positivo
Para os analistas da Ativa, o acordo é positivo para a BR Foods, embora o documento de intenções seja preliminar e sem divulgação de valores envolvidos na transação. “Consideramos positivo o interesse da empresa em penetrar no maior mercado consumidor de alimentos através de uma companhia já consolidada naquele mercado”, apontam.

Na visão da Ativa, a joint venture além de positiva é estratégica, pois permite que a Brasil Foods aproveite da estrutura de resfriados e congelados da DCH, similar a maioria dos produtos elaborados da BRF, que exigem um tratamento diferenciado em sua distribuição.