Brasil Foods deve amortizar R$ 2,8 bilhões de ágio pela aquisição da Sadia, diz BofA

Banco indica oportunidade de compra da BRFS3, seguindo desempenho abaixo do Ibovespa das ações no ano passado

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após a conclusão do processo de incorporação da Sadia à holding BRF – Brasil Foods (BRFS3), o Bank of America Merrill Lynch espera que a companhia seja capaz de começar a amortizar R$ 2,8 bilhões de ágio pela aquisição, o que deve levar a um NPV (Net Present Value) – usado para medir a rentabilidade dos negócios – positivo de cerca de R$ 600 milhões. Contudo, uma vez que a fusão for concluída vai implicar na perda de aproximadamente R$ 215 milhões nos resultados do ano passado.

O montante é relativo à constituição de provisões para perdas fiscais, que não serão aproveitadas após a operação. O valor final do impacto da incorporação, entretanto, só será apurado em 31 de dezembro deste ano, disse o comunicado da empresa. Além disso, a companhia destacou que tais provisões não irão afetar o valor dos dividendos propostos relativos ao exercício do ano passado.

Os analistas Fernando Ferreira e Isabella Simonato do BofA comentaram que alguns investidores poderão se surpreender com as perdas da companhia nos números do quarto trimestre de 2011 – que será divulgado no dia 22 de março -, enquanto a companhia ainda não anunciou os benefícios fiscais em troca. 

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Enquanto as ações da companhia continuarem a cair devido as perdas de R$ 215 milhões nos resultados trimestrais da empresa, Ferreira e Simonato apontaram uma oportunidade para compra da BRFS3. Para eles, a queda dos papéis no ano passado pode ser atribuída às expectativas de margem operacional fraca no quarto trimestre e falta de catalizadores de curto prazo. 

Com isso, os analistas do banco mantiveram recomendação de compra para os papéis da Brasil Foods, com preço-alvo de R$ 43,50, configurando um potencial de valorização de 28,51% em relação ao fechamento da última sexta-feira (10).