Bradesco nega aumento de juros e estuda ampliar prazo para pagamento de dívida por mais 60 ou 90 dias

De acordo com presidente do banco, instituição está de olho e deve ampliar a prorrogação caso a pandemia do novo coronavírus dure até maio ou junho

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Durante teleconferência realizada nesta segunda-feira (13), o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou que a instituição estuda aumentar mais o prazo para pagamento de dívidas. Atualmente está em vigor uma prorrogação de 60 dias nestes prazos.

De acordo com o executivo, o Bradesco está de olho e deve ampliar a prorrogação caso a pandemia do novo coronavírus dure até maio ou junho.

“Março e abril já estão resolvidos, mas dependendo da extensão da pandemia talvez seja necessário ampliar o prazo para mais 60 ou 90 dias para que esses clientes voltem a pagar quando tudo estiver resolvido”, disse ele ressaltando que o banco já recebeu 1,2 milhão de pedidos de prolongamento da dívida por 60 dias.

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O presidente do Bradesco disse que a maior parte destes pedido foi feito por pessoas físicas e pequenas empresas e negou que a instituição tenha aumentado as taxas de juros de operações de crédito.

“Mandamos nossa base de dados para o Banco Central, que mostra as taxas mantidas exatamente iguais nas últimas três semanas, e em alguns casos houve até diminuição”, ressaltou.

Sobre a linha de crédito para folha de pagamento de empresas, o executivo afirmou que 54 mil clientes já tiveram o crédito pré-aprovado. Segundo ele, quase 20% já tomaram esse empréstimo, o que vai garantir o pagamento de 1,7 milhão de funcionários.

Lazari também negou que as instituições financeiras estejam represando os recursos liberados pelo Banco Central e afirmou que houve um crescimento “brutal” na procura por capital de giro por grandes empresas.

“Isso aconteceu há dez dias, mas o problema foi superado. Desde que o Banco Central liberou R$ 26,4 bilhões em depósitos compulsórios para o Bradesco, realizamos R$ 32 bilhões em novas operações de crédito. Não há represamento de liquidez”, explicou.

Por fim, questionados sobre as projeções econômicas, o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, disse que nas próximas semanas deverão publicar uma revisão de cenário em que o 1% de queda do Produto Interno Bruto (PIB) previsto por enquanto deve passar para algo entre 3% e 4% este ano.

Para 2021, a visão deve ser mais otimista, com o país podendo voltar a crescer 3%, mas para isso Congresso e governo devem trabalhar juntos na contenção de gastos, mantendo as despesas apenas enquanto a pandemia durar.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.