BNDES lança 2ª edição de programa para acelerar empresas inovadoras

Após a definição da aceleradora, serão desenvolvidos três ciclos de aceleração com 45 startups em cada uma delas, totalizando 135 beneficiadas

Agência Brasil

(Getty Images)

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Em evento transmitido por meio de suas plataformas digitais, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou na tarde de hoje (9) detalhes da segunda edição do programa BNDES Garagem.

A iniciativa envolve o apoio ao desenvolvimento de 135 startups nacionais, empresas que estão iniciando suas atividades e que buscam explorar atividades inovadoras no mercado brasileiro.

O primeiro edital da iniciativa já está publicado. Ele define as regras do processo que selecionará a aceleradora de startups, empresa que se encarregará de dar suporte à criação e ao crescimento das participantes. As inscrições para a seleção estão abertas até o dia 23 de outubro. As propostas serão avaliadas a partir de quatro critérios: experiência da aceleradora, qualidade, sistemas de suporte às atividades virtuais e custos.

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Após a definição da aceleradora, serão desenvolvidos três ciclos de aceleração com 45 startups em cada uma delas, totalizando 135 beneficiadas. Desse total, 60 serão empresas que ainda não iniciaram sua entrada no mercado e 75 devem ser empresas novas, mas que já possuem produtos ou serviços disponíveis no mercado.

O edital para a seleção das primeiras 45 startups será elaborado conjuntamente pelo BNDES e pela aceleradora selecionada e deverá ser lançado no ano que vem. Somando todos os processos seletivos e todos os três ciclos, a segunda edição do BNDES Garagem envolve um cronograma de 30 meses.

“Para o BNDES executar sua missão de promover o desenvolvimento, ele pode ter muitas outras ferramentas além do empréstimo e do financiamento. Ele consegue ter serviços, divulgação de ideias, articulação de parceiros, participação em fundos de venture capital e o BNDES Garagem”, disse o presidente do banco, Gustavo Montezano.

O volume total de recursos a ser investido dependerá do orçamento apresentado pela aceleradora selecionada. Caberá a ela oferecer às empresas participantes uma série de serviços jurídicos e contábeis e suporte nas áreas de design, marketing digital, relações públicas e assessoria de imprensa. Também deverá prestar consultoria nos aspectos técnicos e mercadológicos, apresentar softwares de gestão e promover capacitação gerencial.

O programa não envolve investimento financeiro direto nas startups. De outro lado, o BNDES não exigirá participação no capital social das empresas selecionadas.

“Vamos celebrar um contrato com a aceleradora e a aceleradora vai, em três ciclos, acelerar 135 empresas. De forma mais clara, não vamos investir diretamente nas startups.

Vamos custear eventualmente despesas de viagem, vamos promover articulações com outras empresas, universidades e investidores, vamos aparelhar estas startups com uma série de tecnologias de desenvolvimento de negócios”, explica Filipe Borsato, chefe do Departamento de Gestão de Investimentos em Fundos do BNDES.

Impacto socioambiental

A primeira edição do programa foi lançada em julho de 2018 e envolveu um único ciclo. Foi dada prioridade para startups nas áreas de educação, saúde, segurança, soluções financeiras, economia criativa, meio ambiente e internet das coisas. Concluíram o ciclo 74 participantes. Desse total, 30 eram empresas novas já com atividade no mercado.

Segundo o BNDES, a maioria teve crescimento de receita e foram realizadas conexões com 50 investidores. As outras 44 startups participantes ainda não haviam iniciado sua entrada no mercado. Entre elas, 16 novos Cadastros Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJs) foram realizados.

No primeiro dos três ciclos da atual edição, a prioridade será para startups que estão desenvolvendo soluções em saúde, educação, sustentabilidade, inovação na gestão pública e cidades sustentáveis.

De acordo com Filipe Borsato, o programa também foi aprimorado para incluir a busca por impacto socioambiental. As propostas nesta segunda edição deverão contribuir para transformar a vida das pessoas e para promover o desenvolvimento sustentável. “Estamos buscando startups que intencionam, desde o início, buscar soluções rentáveis para desafios sociais e ambientais”, afirma Borsato.

Por conta da pandemia de covid-19, o primeiro ciclo será semipresencial. As atividades presenciais serão realizadas na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. Um espaço será disponibilizado para o intercâmbio de experiências entre as diversas startups participantes, laboratórios de inovação, universidades, gestores de de fundos de investimentos e grandes empresas de tecnologia.

Caso as condições de saúde pública permitam, o segundo e o terceiro ciclo poderão ser integralmente presenciais.