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Kodak, Blackberry, Blockbuster, MySpace, Nokia. O número de empresas que desapareceram nas últimas décadas por terem negócios obsoletos é grande. E em 2013, a brasileira Bemobi (BMOB3) era uma forte candidata a fazer parte dessa lista. A companhia, que teve seu início nos anos 2000, atuava no envio de conteúdo de entretenimento — como horóscopo e notícias sobre novela e sobre futebol — para celular por meio de SMS.
“Quando entrei na Bemobi estava acontecendo uma revolução com o 3G. As pessoas começaram a ter internet móvel. Além disso, o iPhone e o sistema Android só cresciam. Nosso futuro não parecia muito promissor. A companhia ia quebrar”, contou Pedro Ripper, CEO da empresa em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo. Em 2013, ele deixou o conforto de uma carreira executiva para assumir o negócio em decadência.
A história de Ripper e da Bemobi são temas do episódio 120 do podcast Do Zero ao Topo. Disponível em vídeo no Youtube ou em áudio nas principais plataformas, como ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox e Amazon Music. Ou, ainda, assistir ao vídeo no YouTube.
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Com Ripper no comando, em 2013, a empresa desenvolveu um novo produto: uma espécie de netflix dos aplicativos. O plano era oferecer ao cliente pré-pago das operadoras um pacote de apps a uma mensalidade fixa e baixa. O negócio deu tão certo que a Bemobi não apenas voltou a crescer no Brasil como expandiu suas operações para mais de 40 países.
Em 2021, a empresa estreou na Bolsa com uma oferta que levantou mais de R$1,2 bilhão. Desse montante, quase R$ 1,1 bilhão foi para o caixa, para fazer aquisições. Confira um trecho da entrevista com Ripper a seguir — e os detalhes sobre o passado e o futuro de seus negócios no podcast.
Do Zero ao Topo (ZAT) – Quando você assumiu os negócios, a Bemobi faturava cerca de R$ 22 milhões e tinha entre 30 a 40 pessoas. E esses números só caíam. O que você enxergava de valor nesse negócio? Por que quis assumir?
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Pedro Ripper (PR) A Bemobi tinha um grupo de pessoas que estavam meio que desbravando esse mundo de internet móvel desde o zero. Então, por acaso, eles estavam fazendo esse tipo de serviço. Mas o know-how [conhecimento técnico e prático] de como a dinâmica funciona, entender as tecnologias, estar integrado com as operadoras (…). Esseknow-how vale muito mesmo que seu negócio tenha que pivotar [mudar]. E eu não tinha dúvidas de que a área era quente, só aquele tipo de serviço é que iria morrer. E outra: a gente viu que o mercado de aplicativos não tinha dono natural, tinha mercado pra tudo quanto é lado. Então era muito mais o exercício de escolher em qual área a gente iria focar.
ZAT – E como veio a decisão de, em 2015, começar a internacionalizar os negócios?
PR – Muita gente fala: ‘Ah, mas que legal vocês internacionalizaram!’. É que a gente não tinha alternativa. A Bemobi 1.0, que atuava no serviço de SMS, fazia muito serviço pra poucas operadoras. Quando eu fui para esse modelo [Netflix dos apps] a gente apostou a empresa inteira em um serviço só. Então era um imperativo: a gente tinha que ir para mais operadoras em mais países para ter escala, na medida em que agora eu só tenho um serviço.
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ZAT – E foi para escalar ainda mais o negócio que vocês fizeram a abertura de capital em 2021, certo?
Foi isso mesmo. O drive principal era capitalizar a empresa porque a gente viu a oportunidade de criar novas soluções para o mesmo cliente, como oferecendo microcrédito. E pra oferecer essa solução, você tem duas formas né? Ou eu construo ou eu compro. A gente acha que tem empresas com soluções que tem muito aderência com o cliente que a gente já atua. Praticamente 100% do dinheiro levantado foi com o alvo de fazer aquisições porque a empresa já era geradora de caixa, então para o crescimento orgânico fazia pouca diferença a gente captar mais dinheiro. Agora, para fazer aquisições que sejam muito complementares, fazia muito sentido.
Sobre o Do Zero ao Topo
O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio.
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O programa já recebeu nomes como André Penha, cofundador do QuintoAndar; David Neeleman, fundador da Azul; José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário; Sebastião Bonfim, criador da Centauro; e Edgard Corona, da rede Smart Fit.