Banco Inter divulga adquirência, mas dispensa maquininha: “vai ser obsoleta”

Segundo Alexandre Riccio de Oliveira, vice-presidente do banco, a novidade deve estar disponível no quarto trimestre deste ano ou no início de 2020  

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Fez barulho na manhã desta terça-feira (13) uma publicação no Twitter de João Vítor Menin, presidente do Banco Inter (BIDI11), mostrando um novo formato do Interpag, a solução do banco em pagamentos para pessoa jurídica. No vídeo, é possível ver uma operação de pagamento com cartão sem usar maquininha, apenas através da tecnologia NFC de um celular. “Estamos trabalhando para revolucionar a indústria de meios de pagamentos”, disse Menin, misterioso.

Em entrevista ao InfoMoney, Alexandre Riccio de Oliveira, vice-presidente e diretor de RI do Banco Inter, disse que a novidade ainda é um projeto em andamento, mas que deve estar disponível no quarto trimestre deste ano, “ou no máximo até o primeiro trimestre [do ano que vem]”.

 

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Ao criar uma adquirência via app, o banco mineiro quer possibilitar que o cliente já tenha uma “maquininha” praticamente no mesmo momento em que contratar o serviço para pessoa jurídica. O potencial de crescimento se torna bem mais significativo, já que solução atual do Interpag, via QR Code, é um arranjo fechado (o que significa que só funciona para pagamentos a correntistas do banco).

Obsoleta

A ideia de trazer um serviço de adquirência independente da maquininha já vem sendo pincelada por outras empresas do setor, mas a solução apresentada no tuíte ainda não é totalmente viável.

O próprio Banco Inter não oferece, por ora, tecnologia NFC para todos os usuários dos seus cartões – segundo Riccio, “muito provavelmente pelo menos 30% da base” vai estar com cartão habilitado para NFC no momento do lançamento da solução. Smartphones com Samsung Pay também estão habilitados para o pagamento.

Apesar dessa limitação momentânea, o executivo afirma que existe um compromisso do sistema bancário para disseminar o pagamento por aproximação. “A gente sabe que todo mundo vai ter um cartão com NFC, então, achamos que a maquininha vai ser obsoleta”, diz. “Vir com uma adquirência sem maquininha já é uma proposta de valor bem diferente”, aposta.

Obsoleta não apenas por se tratar de um hardware desnecessário, mas também por ser mais cara e menos segura. “A gente vai eliminar uma boa parte do arcabouço de custo” com a solução independente de hardware, disse o VP. Ele diz que não há precificação definida para as taxas de transação (MDR), mas garante que serão “muito competitivas”, mesmo em um mercado em plena guerra de preços.

Todos os PJ

Sem especificar valores ou números, Riccio diz que a intenção da adquirência é capturar todos os clientes que já possuem conta PJ do banco. “Se 1% das PJs do Brasil tiverem nossa conta, a gente espera também ter 1% da adquirência”, exemplifica. Abrangendo PMEs e MEIs, o Inter tem menos de 1% do mercado atualmente. Contando apenas os MEIs, o share é de aproximadamente 1%. “Já é um mercado material”, adianta o executivo.

Resultados

O Banco Inter apresentou o balanço financeiro do terceiro trimestre na última segunda-feira (12). O lucro líquido teve alta de 90,9% ante o mesmo período do ano passado, para R$ 32,9 milhões. O índice de Basileia, entretanto, caiu para 23,6%, 10,4 pontos percentuais abaixo do mesmo período do ano passado. 

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney