B3 lança câmara de liquidez para ajudar instituições financeiras no Pix

O produto vai proporcionar a cobertura da necessidade emergencial de liquidez tendo títulos públicos servindo de lastro para as operações

Pablo Santana

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SÃO PAULO – A B3 anunciou nesta quarta-feira (12) a criação do PagHub, um conjunto de serviços ancorado no Pix, o novo sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, criado pelo Banco Central.

A primeira solução lançada no âmbito do PagHub é a Câmara de Liquidez SPI, um mecanismo que visa atender às demandas operacionais de liquidez de instituições financeiras e empresas de pagamentos que vão operar no ecossistema, com lançamento previsto para o dia 16 de novembro de 2020.

Na prática, com o produto oferecido pela B3, as empresas participantes, como bancos e empresas de pagamentos, poderão evitar que falte dinheiro para viabilizar operações quando clientes fizerem transações fora do horário comercial.

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Como o Pix vai permitir a realização de transações 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana e feriados, as instituições financeiras prestadoras de serviços de pagamento instantâneo precisarão ter recursos para que seus clientes possam realizar transferências de valores fora do horário de funcionamento do Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB).

Segundo Marcos Vanderlei Bellini Ferreira, diretor-executivo de serviços financeiros da B3, a câmara possibilitará que as financeiras tenham dinheiro disponível para liquidar essas operações no Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) em situações em que a sua tesouraria ou qualquer outro mecanismo para recompor seu saldo esteja fora de funcionamento.

“Neste primeiro momento, a câmara foi pensada para entrar em atuação fora do horário de funcionamento do SPB, após as 18 horas, nos finais de semana, de madrugada e nos feriados. A alternativa será eficiente do ponto de vista de capital porque a liquidez das reservas do PIX serão equilibradas por uma operação compromissada contratada por intermédio da câmara”, explica Ferreira.

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A B3 irá atuar como contraparte central na câmara de compensação e liquidação, que terá como garantia os títulos públicos Tesouro Selic depositados na conta da própria B3.

Ferreira reforça ainda que o produto tem como objetivo proporcionar a cobertura de necessidade de emergência de liquidez de todo o tipo de instituição que vai operar no sistema, seja de forma direta ou indireta. “Esse é um grande desafio para as empresas de pagamento, sobretudo as menores. Estamos dispostos a contribuir para democratizar esse ecossistema de pagamentos instantâneos no Brasil”, disse.

A adesão ao novo serviço da B3 não é condição necessária para que as instituições possam participar do Pix.

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O início da operação da plataforma ainda depende da autorização do pedido de funcionamento e do cumprimento de requisitos normativos exigidos pelos reguladores, o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios