Avanço do comércio online faz de Cajamar a “Faria Lima dos galpões”

Hoje, mais da metade da área dos galpões logísticos de Cajamar é ocupada por empresas do varejo físico e online, 33% e 24%, respectivamente

Estadão Conteúdo

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A competição acirrada entre varejistas do comércio eletrônico tem aquecido o mercado de galpões logísticos e transformado o município de Cajamar, localizado a menos de 30 quilômetros de São Paulo, em uma espécie de “Faria Lima” dos galpões, em referência à área mais valorizada do País quando se fala em escritórios de alto padrão.

A briga pelo melhor espaço faz diferença na busca por uma entrega mais rápida das encomendas, exigência para crescer nesse setor em franca expansão (leia mais abaixo). O comércio online de produtos cresce em ritmo acelerado no País. Em 2011, movimentava R$ 18,7 bilhões e girou quase o triplo – R$ 53,2 bilhões – em 2018, de acordo com dados da e-Bit-Nielsen.

A projeção da consultoria é de que em 2019 o setor tenha atingido R$ 61,2 bilhões, alta de 15%. Só entre a Black Friday e o Natal de 2019, o varejo digital vendeu R$ 14,1 bilhões, aponta a Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado.

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Estudo da plataforma SiiLA Brasil mostra que Cajamar reúne 1,3 milhão de metros quadrados de galpões logísticos de alto padrão. No quarto trimestre de 2019, o preço pedido para locação era de R$ 21,87 por metro quadrado, o maior valor desde o segundo trimestre de 2016 – e montante 13% mais caro do que no mesmo período de 2018.

A maior procura, especialmente por parte de empresas do varejo, reduziu a taxa de galpões vagos. Apenas 7,1% da área disponível está desocupada. Enquanto isso, a vacância média dos 7,2 milhões de metros quadrados de galpões disponíveis no Estado de São Paulo é mais que o dobro, 17,47%, aponta o estudo.

Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA Brasil e responsável pela pesquisa, conta que no início desta década, havia apenas cerca de 200 mil metros quadrados de galpões em Cajamar. Por causa da localização estratégica, perto do Rodoanel e das Rodovias Anhanguera e Bandeirantes, a região atraiu o interesse de empresas internacionais na construção de galpões. “Como elas seguem um padrão construtivo elevado, isso atrai as varejistas que querem rapidez nas entregas”, observa.

Além da localização privilegiada do município, as empresas estão de olho em alguns diferenciais oferecidos por esses galpões. Pé direito alto e eficiência energética, por exemplo, dão mais agilidade para o desembaraço de mercadorias e reduzem custos, diz Nicastro.

Hoje, mais da metade da área dos galpões logísticos de Cajamar é ocupada por empresas do varejo físico e online, 33% e 24%, respectivamente. Do varejo físico, os atacadistas Assaí e Makro e a revenda de materiais de construção Leroy Merlin têm centros de distribuição na região. Do varejo online, a B2W, líder do e-commerce, o Mercado Livre, e a Amazon, com três centros de distribuição, estão instaladas em Cajamar.

O fundo americano de investimento GTIS e a incorporadora Etoile, por exemplo, estão concluindo 153 mil metros quadrados de galpões em Cajamar, que serão destinados à locação. O grupo que possui áreas de galpões no município de Embu das Artes, também na região metropolitana de São Paulo, foi atraído para empreender em Cajamar por causa da localização da cidade, com fácil acesso para o interior e a capital paulista.

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