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Apple ultrapassa US$ 100 bilhões em receita trimestral pela 1ª vez na história; iPhones voltam a dar resultados e vendas de iPads disparam

Diante de um 2020 desafiador, CEO da Apple afirmou que os resultados poderiam ter sido ainda melhores se não fosse a pandemia

Giovanna Sutto

(Divulgação/Apple)

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SÃO PAULO – Nesta quarta-feira (27), a Apple divulgou os seus resultados do quarto trimestre de 2020. A gigante de tecnologia atingiu mais um recorde: apresentou a maior receita trimestral da sua história, chegando a US$ 111,4 bilhões – alta de 21% em relação ao mesmo período de 2019. É a primeira vez que a Apple ultrapassa a marca simbólica dos US$ 100 bilhões em um único trimestre.

Vale ressaltar que a Apple adota um ano fiscal diferente. Por isso, o resultado publicado agora trata-se do primeiro trimestre do ano fiscal de 2021 da empresa.

As ações da fabricante do iPhone, negociadas na bolsa tecnológica Nasdaq, ficaram instáveis no after market e chegaram a cair 1%. Segundo dados do Dow Jones Market Data, os papéis da Apple normalmente sobem na semana e no mês que antecedem os resultados trimestrais, mas historicamente caem na semana e no mês após a divulgação do relatório de lucros. Nos últimos 10 anos, as ações da Apple caíram 1,9% em média na semana após a divulgação dos resultados, e 2,5% no mês seguinte.

Embora a ação tenha apresentado uma leve queda no after market, o trimestre foi um sucesso em termos de resultados para a Apple. Os analistas já estavam esperando um trimestre explosivo, impulsionado não apenas pelo primeiro trimestre completo de vendas do iPhone 12 com 5G, mas também pelo forte desempenho em computadores Mac e em serviços online, de acordo com fontes de mercado ouvidas pela rede televisiva americana CNBC. Foi o que aconteceu: a receita da empresa veio acima das expectativas do mercado, que eram de US$ 103,28 bilhões, segundo dados da empresa de dados Refinitiv.

A Apple se beneficiou durante a pandemia com o aumento das vendas de computadores e gadgets em geral. As pessoas estão passando mais tempo em casa trabalhando e estudando, devido às restrições da pandemia, e procuraram atualizar seus dispositivos, conforme analistas explicaram à CNBC.

A receita de iPhones subiu 17% na comparação anual, para US$ 65,60 bilhões. A Refinitiv estimava US$ 59,80 bilhões. Outro destaque foi a disparada de 41% nas vendas de iPads no trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro por ação (LPA) foi de US$ 1,68, também acima das previsões dos analistas, que apostavam em um LPA de US$ 1,41.

Diante de um 2020 desafiador, e um terceiro trimestre que deixou dúvidas sobre resultados futuros, Tim Cook, CEO da Apple, afirmou que os resultados poderiam ter sido ainda melhores se não fossem as restrições impostas pela pandemia, que forçaram a Apple a fechar temporariamente lojas em todo o mundo.

iPhone 12

A Apple lançou seus novos modelos de iPhone em outubro. Os quatro modelos do iPhone 12 são os primeiros a incluir o 5G, e, segundo os investidores, essa coleção de smartphones pode gerar um “superciclo” para a Apple – com mais e mais usuários querendo um upgrade de aparelho.

Se no terceiro trimestre esse foi um dos pontos de atenção pontuados pelos analistas, nesta divulgação os resultados superaram as expectativas, sinalizando que a nova geração do aparelho pode render bons frutos à empresa. “Os smartphones estão cheios de recursos que os clientes adoram e chegaram na hora certa, com o 5G”, disse Cook.

Durante os resultados do terceiro trimestre, sem apresentar projeções de vendas dos iPhones 12, Cook já havia dito que estava otimista com a nova geração pelo fato de o novo aparelho ser equipado com a tecnologia 5G; pelas promoções que seriam realizadas por operadoras; e pela base de clientes fiel.

O sucesso dos iPhones vem mesmo diante de críticas. O iPhone 12 foi lançado no dia 13 de outubro, com uma novidade que incomodou muitos consumidores: o smartphone não vem mais com fones e com o plugue do carregador.

Macs, iPads, wearables e serviços

Apesar do resultado positivo com o iPhone neste trimestre, últimos resultados da Apple já vinham sinalizando que a empresa estava entrando em uma fase “pós-iPhone”.

Macs e iPads, os dispositivos da Apple com maior probabilidade de serem usados ​​para trabalho e escola remotos, tiveram alta neste trimestre, após já terem apresentado alta no terceiro trimestre de 2020.

A receita do Mac veio praticamente em linha com o esperado, chegando a US$ 8,68 bilhões ante os US$ 8,69 bilhões estimados pela Refinitiv. O aumento foi de 21% ano a ano. Mas o destaque ficou com a receita oriunda dos iPads, que veio acima do esperado e subiu 41% na comparação anual: US$ 8,44 bilhões, ante os US$ 7,46 bilhões estimados.

A categoria de produtos da Apple, que inclui o relógio inteligente Apple Watch e fones de ouvido como AirPods e Beats, cresceu 29% em relação ao ano passado, para US$ 12,97 bilhões – mesmo com as pessoas gastando menos tempo se deslocando e viajando. A Apple lançou um conjunto de fones de ouvido de última geração em dezembro, o AirPods Pro Max, com preço sugerido de US$ 549.

Outra boa notícia foi a receita de serviços, que também veio acima do esperado pelo mercado: US$ 15,76 bilhões, ante US$ 14,80 bilhões estimados. A expansão foi de 24% na comparação anual. A Apple já vinha sinalizando que o braço de serviços seria um motor de crescimento, por ser bastante abrangente. A vertical inclui o dinheiro que a Apple ganha com a App Store; assinaturas de conteúdo digital, como Apple Music ou Apple TV+; taxas de licenciamento pagas pelo Google para ser o mecanismo de busca padrão do iPhone; e garantias.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.