Apple pede desculpas por ouvir áudios de usuários e muda regras da Siri

Funcionários de uma empresa contratada pela Apple estavam fazendo uma análise de áudios gravados pela Siri

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – A Apple pediu desculpas nesta quarta-feira (28) por permitir que funcionários ouvissem áudios de usuários obtidos pela Siri, sua assistente de voz. 

O assunto veio á tona no início deste mês, quando o site The Guardian publicou  que funcionários de uma empresa  contratada pela Apple estavam fazendo uma análise de áudios gravados pela Siri. Segundo funcionários dessa empresa, em alguns casos ficava claro que a assistente tinha sido acionada acidentalmente. 

A Apple divulgou um comunicado em que prometeu mudanças com foco em privacidade após o escândalo. A empresa vai passar a oferecer aos usuários a opção de terem ou não suas gravações ouvidas por humanos, ao invés desse tipo de abordagem ser o padrão.

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Somente funcionários da Apple poderão ouvir amostras de áudio das interações da Siri, e não empresas terceirizadas e, por fim, a empresa também disse que não vai armazenar as gravações de áudio das interações dos usuários com a Siri. 

“Sabemos que os clientes têm se preocupado com o fato dos funcionários estarem ouvindo gravações de áudio da Siri, como parte do processo de avaliação de qualidade da assistente”, disse a Apple no comunicado.

“Como resultado de nossa análise, percebemos que não estamos cumprindo plenamente nossos ideais e pedimos desculpas”. 

A empresa suspendeu o procedimento de avaliação feita por humanos via áudios captados pela Siri assim que a notícia se tornou pública.  

Segundo a empresa, entes disso, eram revisados uma “pequena amostra de áudios da Siri — menos de 0,2% — e suas transcrições geradas por computador, para medir quão bem a Siri estava respondendo afim de melhorar sua confiabilidade”.

Apple não é exceção  

A Apple não é a única empresa que foi forçada a repensar sua abordagem com áudios em relação à privacidade dos usuários.

O Google suspendeu temporariamente as revisões humanas de suas gravações e a Amazon alterou recentemente suas configurações para facilitar que as pessoas evitem qualquer revisão das gravações do Alexa, sua assistente pessoal. O Facebook também passou por isso e suspendeu a revisão humana de áudios. 

Esses movimentos surgem após meses de críticas da mídia sobre empresas de tecnologia que dependem de pessoas reais para revisar gravações de assistentes de voz. 

A cobertura serviu como um lembrete de que muitos produtos de tecnologia não são simplesmente algoritmos e exigem um toque humano para se desenvolver.

Especialistas em inteligência artificial afirmaram ao site CNN que existe uma necessidade legítima de os humanos ouvirem algumas partes das conversas para que a tecnologia operada por voz funcione e melhore.

Mas também disseram que as empresas de tecnologia devem se esforçar mais para deixar claro o que acontece com as gravações desses sistemas e quais riscos de privacidade existem.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.