Após quase zerar lucro, ação da Eletropaulo lidera perdas do Ibovespa

Resultados no 3º trimestre vieram ainda pior que o esperado por analistas e ações chegaram a cair 4,85% no começo do dia; AES Tietê sobe após balanço positivo

Nara Faria

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SÃO PAULO – As ações da Eletropaulo (ELPL4) despontam como a maior queda no Ibovespa no pregão desta quarta-feira (7), após a companhia revelar um resultado referente ao terceiro trimestre de 2012 ainda pior do que o esperado pelos analistas do Itaú BBA e Ágora Corretora. 

Às 10h34 (horário de Brasília) os ativos ELPL4 registravam desvalorização de 2,82%, cotados a R$ 15,83. Enquanto isso, o benchmark da bolsa brasileira operava com queda de 0,46% no mesmo horário. Mais cedo, os papéis da Eletropaulo chegaram a cair 4,85% quando bateram sua menor cotação do dia (R$ 15,50).

O lucro líquido da companhia caiu 96,1% para R$ 13,7 milhões no trimestre, enquanto a receita líquida somou R$ 2,45 bilhões, queda de 3,8%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu de R$ 641,8 milhões para R$ 108,4 milhões, um recuo de 83,1%. Esse número veio bastante abaixo dos R$ 182,80 estimados pelas projeções compiladas pelo Portal InfoMoney.

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A equipe de análise da XP Investimentos lembra que o mercado já assumia uma posição bastante contracionista para os números da Eletropaulo neste trimestre. Ainda assim, os números conseguiram surpreender negativamente.

Contudo, os analistas ressaltam que a empresa está adequando suas despesas gerenciáveis aos novos patamares regulatórios e por isso tomou algumas iniciativas que elevaram as despesas com PMSO (ajuste das despesas operacionais) no 3º trimestre, mas que contribuem para sua sustentabilidade no longo prazo.

Para eles, o único destaque positivo no trimestre foi a redução de 0,2 ponto percentual das perdas, “o que achamos que será colocado em segundo plano pelo mercado”, explicam os analistas.

Para eles, essa nova realidade da empresa traz uma preocupação adicional com a sua dívida elevada e sua reduzida capacidade de geração de caixa, mesmo após a importante alteração dos seus covenants. “Ressaltamos nossa visão não atrativa para o papel mesmo após as quedas observadas nos últimos meses”, completa a equipe de análise.

AES Tietê no setido oposto
as ações da AES Tietê (GETI4, R$ 23,18, +0,83%) apresentam desempenho contrário após a companhia  registrar lucro líquido de R$ 244,0 milhões no terceiro trimestre, o que mostra alta de 6,9% em relação ao obtido no mesmo período do ano anterior.

Segundo a companhia, o reajuste no preço do contrato bilateral com a Eletropaulo, o preço mais elevado no mercado spot (à vista) e a redução do CDI (Certificado de Depósito Bancário) sobre a dívida líquida influenciaram positivamente nesse número.

“Classificamos tal resultado como neutro e não deve ser grande market mover para os papeis hoje. No entanto, acreditamos que o anúncio de dividendos (R$ 0,70/ação PN yield de 3,0%) pode trazer uma recuperação para o papel que sofreu bastante nas últimas semanas”, comenta a equipe de análise da XP.

Os analistas reforçam ainda que o mercado deverá seguir focado nas preocupações quanto ao futuro da empresa, uma vez que a MP 579 trouxe uma nova realidade ao setor advindo do receio com os preços de energia no longo prazo.