André Esteves pulando fora? MMX cancela contrato com formador de mercado do BTG

Contratado para dar mais liquidez às ações da mineradora do conglomerado de Eike Batista, BTG não fará mais trades com os papéis da empresa

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Não é novidade para ninguém que as empresas do grupo “X” do empresário Eike Batista têm enfrentado uma derrocada sem precedentes nos seus valores de mercado desde 2013. Com a saída de companhias como a OGX, agora Óleo e Gás Participações (OGXP3), do Ibovespa depois de perder 90% do seu valor de mercado e entrar em recuperação judicial, várias outras empresas começaram a perder liquidez – a facilidade de se comprar ou vender ativos – por conta da desconfiança dos investidores com a saúde financeira do grupo EBX.

Nesses momentos, é comum que a empresa contrate um formador de mercado para fazer negócios com os seus papéis e estimular a liquidez deles. No caso da MMX (MMXM3), a mineradora de Eike, a acordo foi feito com o banco BTG Pactual (BBTG11), que já havia sido contratado para colocar ordem nas finanças do EBX. 

A credibilidade do banco de André Esteves ajudou desde o primeiro momento a injetar otimismo e trazer altas aos papéis do conglomerado. Já no dia do anúncio, ações da OGX subiram 16%, enquanto as da MMX tiveram alta de 17%. No entanto, a parceria não trouxe apenas benefícios aos dois lados. Ainda em 2013, Eike tentou sacar R$ 100 milhões do BTG para novos investimentos e foi barrado por Esteves. Rumores da briga entre os dois ficaram cada vez mais frequentes na mídia. 

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Diante disso, um novo caso apareceu para aumentar as especulações: a MMX rescindiu nesta sexta-feira (14) o contrato com o BTG Pactual para usar o banco como formador de mercado. “A partir da data de hoje, a Companhia passa a não possuir formador de mercado”, informa o comunicado divulgado pela BM&F Bovespa.

A decisão tomada pela mineradora pode tanto significar que suas ações não precisam mais de liquidez, quanto que mais uma tora foi posta na fogueira dos desentendimentos de Eike Batista e André Esteves. Os próximos pregões deverão responder esta questão. 

Vale lembrar que no final de outubro a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da empresa feito na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. De janeiro a agosto, a MMX demitiu cerca de 200 funcionários. A mineradora também anunciou a paralisação temporária de produção de minério de ferro. No dia 13 daquele mês, a empresa informou que sua controlada, MMX Sudeste Mineração, iria manter as atividades operacionais suspensas temporariamente na região de Serra Azul. Houve ainda anúncio de revisão do plano de negócios da companhia.