AES Tietê mira parceria com Emae para térmicas e projetos eólicos em leilões

De acordo com o presidente da AES Tietê, Britaldo Soares, os novos projetos focarão a expansão da capacidade da empresa no Estado de São Paulo

Reuters

Publicidade

SÃO PAULO – A geradora de eletricidade AES Tietê (GETI4) busca uma expansão por meio de usinas térmicas e renováveis, o que poderá incluir uma parceria com a estatal paulista Emae, o cadastramento de projetos solares nos próximos leilões de energia e a prospecção de aquisições, disseram executivos da empresa em teleconferência nesta segunda-feira.

De acordo com o presidente da AES Tietê, Britaldo Soares, os novos projetos focarão a expansão da capacidade da empresa no Estado de São Paulo, enquanto a busca por eventuais oportunidades de compras vai mirar ativos em todo o país.

“Nossa estratégia está muito clara e caminha na direção de térmicas e renováveis. Então estou olhando energia eólica, estou olhando térmicas… não limitado ao Estado de São Paulo nessa questão, aí estamos falando de Brasil como um todo”, explicou Soares.

Continua depois da publicidade

Atualmente, a AES Tietê possui dois projetos termelétricos em São Paulo que já contam com licença ambiental e estão em fase de negociação de suprimento de gás para que possam ser inscritos em futuros leilões de energia.

A companhia, porém, não deve participar do próximo certame, o A-3, que será realizado em 21 de agosto e contratará usinas para início de operação em 2018.

A expectativa da AES Tietê era de que o leilão permitisse a participação de usinas com custo de operação de mais de 300 reais por megawatt-hora, mas a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estabeleceu um teto de 250 reais por megawatt-hora, visto pela empresa como baixo para viabilizar projetos a Gás Natural Liquefeito (GNL).

Continua depois da publicidade

Com isso, a eventual viabilização dos projetos térmicos via certames poderia ficar para 2016, uma vez que a AES Tietê não espera um certame A-5 neste ano, devido à forte retração do consumo.

Eventual parceria
Além disso, a empresa “avalia com muito interesse” uma eventual parceria com a estatal paulista Emae, que abriu uma chamada pública para implantar termelétricas em São Paulo, de acordo com o diretor de Relações com Investidores, Francisco José Lopes.

O executivo comentou também que a AES Tietê tem desenvolvido 180 megawatts em projetos solares que devem ser inscritos nos próximos leilões de energia a serem realizados pelo governo.

Publicidade

Caso saiam vencedores nos certames, os empreendimentos seriam instalados em áreas próximas de ativos da empresa já em operação.

Déficit hidrelétrico
O presidente da AES Tietê, Britaldo Soares, elogiou o andamento das negociações entre empresas de energia e o governo federal em relação ao déficit de geração registrado pelas hidrelétricas nos últimos anos devido à seca, que tem impactado os resultados da empresa.

“É muito bom ver o estágio em que a gente está… qualquer solução negociada é positiva para o setor como um todo”, disse Soares, citando a guerra judicial em torno do tema.

Continua depois da publicidade

As geradoras têm entrado na Justiça para impedir novas perdas com o déficit, e o governo acenou com o fechamento de um acordo pelo qual as perdas seriam reconhecidas como ativo regulatório das empresas, desde que estas retirem as ações judiciais.

Soares disse que a solução que está sendo apresentada pelo governo federal ainda precisa ter maior clareza em alguns pontos, como a eventual necessidade de investimento em novas usinas para compensar o déficit de geração hídrica.

De qualquer forma, segundo ele, as geradoras terão a opção de aceitar ou não a proposta, após uma análise individual sobre os impactos para cada empresa.

Publicidade

“Isso deve ser voluntário e opcional. Não deve se tentar amarrar todo mundo da mesma forma”, afirmou Soares.