Ações da CSN despencam com rumores de compra de ativos da ThyssenKrupp

Siderúrgica teria oferecido R$ 3,8 bilhões pelas operações da Thyssen nas Américas; ações chegaram a cair 4,98% nesta sessão

Paula Barra

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*Atualizado às 10h57 (horário de Brasília)

SÃO PAULO – As ações da CSN (CSNA3) são fortemente penalizadas nos primeiros minutos do pregão desta quinta-feira (17), depois da notícia de que a companhia está na disputa pela aquisição das operações siderúrgicas da ThyssenKrupp AG nas Américas. 

Às 10h57 (horário de Brasília), os papéis da empresa caíam 4,1%, cotados a R$ 11,93 – na mínima do dia (R$ 11,82), eles apresentavam queda de 4,98% -,enquanto o benchmark brasileiro avançava 0,24%, aos 61.933 pontos. Em quase uma hora de negociação, as ações da siderúrgica chamavam atenção também pelo forte giro financeiro – o maior do Ibovespa -, alcançando R$ 54 milhões, patamar próximo da média diária dos últimos 21 pregões, de R$ 61 milhões.

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A brasileira CSN fez uma oferta de US$ 3,8 bilhões pela usina no Alabama e uma participação majoritária na usina brasileira CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), disseram fontes familiarizadas com o negócio. A Thyssen tem 73% da CSA e o restante, 27%, pertence à Vale (VALE3; VALE5), que tem o poder de veto ao novo sócio.

Oferta não é vista com bons olhos
A possível aquisição, contudo, não é vista com bons olhos pelo mercado. “A CSA é uma siderúrgica que é boa em questão de tecnologia, mas desde que entrou em operação apresentou uma série de problemas e prejuízos”, avalia o analista Victor Penna, do BB Investimentos. Outro ponto negativo, segundo ele, é que a companhia está inserida num mercado de placas, onde a demanda está bastante incerta.

O conglomerado industrial alemão, com 170 mil empregados e US$ 63 bilhões em vendas no ano fiscal de 2012, registrou prejuízos superiores a US$ 15,7 bilhões em sua operação.

Maior nível de endividamento
O valor da oferta, segundo o analista, também coloca em dúvida o futuro da CSN. “O valor do investimento é alto e isso vai aumentar o nível de endividamento da CSN, enquanto o retorno não será imediato”, reforça. 

Além disso, a preocupação do mercado gira em torno de um ambiente mais complicado, onde há excesso de oferta e a recuperação do setor não se mostra tão expressiva, o que não cria uma expectativa positiva para essa aquisição neste momento, comenta o Penna.

Ações são penalizadas desde ano passado
Os rumores sobre a compra, contudo, não são recentes e já pressionam o papel desde o segundo semestre do ano passado, quando começaram as especulações sobre a oferta. E, para o analista, isso ainda será motivo de reviravolta no papel até que seja batido o martelo sobre quem irá adquirir as siderúrgicas da Thyssen. 

A CSN, entretanto, não está sozinha na negociação. A ArcelorMittal, maior fabricante mundial de aço, ofereceu US$ 1,5 bilhão pela siderúrgica do Alabama, nos EUA. Também estão na disputa Nucor, Ternium, JFE Steel e Nippon-Sumitomo, mas com poucas chances, segundo analistas.