Ação ON da Usiminas tem forte queda pelo segundo dia, com baixa de 5,26%

Investidores posicionados em USIM3 para se beneficiar de uma possível mudança de controlador agora fogem do papel

Nara Faria

Publicidade

SÃO PAULO – Dando sequência à forte queda registrada na véspera, as ações ordinárias da Usiminas (USIM3) recuaram 5,26% nesta terça-feira (29), sendo negociadas a R$ 18,00 cada – a quinta maior queda dentre as ações que compõem o Ibovespa, que por sua vez recuou 1,28% no pregão. No mesmo sentido, os papéis preferenciais da siderúrgica (USIM5), que terminaram o último pregão com alta de quase 3%, tiveram desvalorização de 6,33%, a R$ 10,21, na terceira pior posição do índice. 

Os papéis USIM3 chegaram a ser negociados em queda de 7,05%, aos R$ 17,66, quando atingiram a mínima do intraday.O volume financeiro dos ativos apresentou-se bem forte no dia, com um giro total de R$ 38,38 milhões – mais de quatro vezes a média diária observada nos últimos 21 pregões, de R$ 9,47 milhões. As ações preferenciais da companhia também tiveram forte volume de transações, com um total de R$ 132,1 milhões – quase o dobro da média diária apresentada nos últimos 21 dias, de R$ 69,64 milhões.

As ações da companhia ainda repercutem o comunicado divulgado na noite do último domingo, informando que a Ternium fechou acordo com Votorantim e Camargo Corrêa para a compra de suas participações no capital votante da Usiminas. A empresa comprará 139,7 milhões de ações ou 27,7% do capital votante da siderúrgica mineira. 

Continua depois da publicidade

O acordo, que inclui a subsidiária argentina Siderar e a Confab (CNFB4), prevê o pagamento de R$ 36 por ação ordinária da Usiminas. Ternium e Tenaris são empresas do grupo argentino Techint. Vale mencionar que as ações da Confab fecharam esse pregão com forte queda de 16,31% e nesta sessão também apresentaram expressiva desvalorização de 2,82%, sendo negociadas a R$ 3,79.

Ausência de tag along derruba ações ordinárias
As ações da USIM3 iniciaram um movimento de alta no início do ano, gerando um spread cada vez maior em relação às USIM5, com o mercado buscando o benefício do Tag Along. O tag along estende a todos os acionistas minoritários as mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle e, no caso da Usiminas, acreditava-se que seria de 80%.

No entanto, o Nippon Group e o fundo de pensão da Usiminas continuaram com a participação majoritária e, assim, não deve haver uma troca de controle, o que anula os efeitos do tag along. Assim, os investidores que montaram posições em USIM3 para tentar se beneficiar de uma possível mudança de controlador, fogem do papel em meio à iminente percepção de que isso não irá ocorrer.

Continua depois da publicidade

Nova estrutura
Com os acordos, a nova estrutura de capital da Usiminas ficaria como Grupo Nipon Steel Corporation (46,12%), Grupo Techint – Ternium, Siderar e Confab – (43,31%) e Caixa dos Empregadores da Usiminas (10,57%).

Vale mencionar que a CSN (CSNA3, R$ 14,17, -4,06%) permanece com 11,29% do capital votante da companhia e outros acionistas respondem por 24,85% deste capital. Porém, estas empresas estão fora do grupo de controle da companhia.