Ação da Lojas Renner cai após 2º tri fraco? Aproveite para comprar os papéis, apontam analistas

Varejista apresentou números que decepcionaram o consenso do mercado, mas analistas veem questões mais pontuais do que estruturais e seguem otimistas com a ação 

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – Havia uma grande expectativa de que a Lojas Renner (LREN3) fosse a melhor varejista da temporada de balanços do segundo trimestre de 2019, mas não foi isso o que aconteceu.

Os números da companhia decepcionaram os analistas, mostrando um lucro abaixo do esperado, de R$ 235,1 milhões, e registrando a uma queda na base anual após dez anos seguidos de crescimento, enquanto as vendas nas mesmas lojas, que tiveram alta de 9,3%, mostraram desaceleração. 

Com isso, os papéis LREN3 registraram queda de 2,27% na sessão desta quarta-feira (31), tendo recuado 4,24% na mínima do pregão. Porém, apesar do desânimo dos investidores, a maioria dos analistas concorda que não há motivo para desespero e que a varejista segue sendo a “melhor história” no setor. 

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Segundo os analistas Richard Cathcart, Helena Vilares e Pedro Fagundes, do Bradesco BBI, os números apresentados não jogam a empresa para fora dos trilhos. 

“Apesar dos dados decepcionantes, não vemos os problemas que pressionaram as margens no trimestre como estruturais e esperamos que alguns deles se revertam nos próximos trimestres”, avaliam.  Assim, as questões que levaram a pressão de margem no trimestre não são estruturais e algumas delas devem ser revertidas.

A recomendação dos papéis LREN3 no Bradesco BBI é outperform (desempenho acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 58,00, contra valor de R$ 48,56 no fechamento do pregão passado. Para o banco, os investidores não deveriam ver o balanço como algo além de um fato isolado. 

Os analistas do Itaú BBA, Thiago Macruz, Marco Calvi, Vinícius Figueiredo e Emerson Vieira, também reforçam esse ponto ao afirmar que a rentabilidade no segundo trimestre de 2019 esteve sob pressão das condições desfavoráveis de hedge e com uma retomada na remuneração variável da administração e adiamento das despesas de vendas do primeiro trimestre.

Ou seja, com a queda das ações, a recomendação é de compra para o papel com a expectativa de pressão reduzida nas margens no segundo semestre e uma provável aceleração das receitas. 

De acordo com o diretor financeiro Laurence Gomes, as margens brutas devem se recuperar assim que o impacto do hedge cambial comece a se normalizar no terceiro trimestre e fique neutro nos últimos três meses do ano.

A XP Research também mantém visão positiva sobre os ativos de olho em melhores margens nos próximos meses, o que leva à recomendação de compra para as ações com preço-alvo de R$ 53, o que configura um potencial de valorização de 12% em relação à cotação desta quarta-feira.

Além da XP, mais 15 casas de análise possuem recomendações de compra para o papel, enquanto os mais pessimistas (5 no total) possuem recomendação neutra para os ativos. Apesar do resultado sem brilho, os analistas seguem confiantes com a companhia. 

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.