Ação da Gafisa cai 3,8% após Sam Zell adquirir fatia do Grupo Thá

Mercado está interpretando que a construtora já não é mais prioridade para o fundo do investidor norte-americano

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Destoando do restante do setor, as ações da Gafisa (GFSA3) apresentaram forte queda no pregão dessa quarta-feira (28). Os papéis recuaram 3,80%, cotados a R$ 4,56. Mais cedo, esses ativos chegaram a ter queda ainda mais acentuada, de 4,22%, quando atingiram a cotação mínima do intraday, de R$ 4,54.

Já o Ibovespa caiu 1,45%, aos 65.079 pontos, enquanto o IMOB – índice da bolsa que acompanha as ações do setor imobiliário – mostrou um recuo ainda mais ameno, de 0,47%, indo a 886 pontos. Outras ações do setor apresentaram um desempenho muito melhor neste pregão, como é o caso da PDG (PDGR3, R$ 6,51, +2,52%), MRV (MRVE3, R$ 13,35, +1,14%), e Rossi (RSID3, R$ 10,33, +0,68%). O volume financeiro movimentado pelos papéis GFSA3 também foi bastante expressivo, totalizando R$ 60,18 milhões, bem acima da média dos últimos 21 pregões, de R$ 48,73 milhões. 

Sam Zell desistiu da Gafisa?
Essa forte queda acompanha o anúncio do investimento da gestora Equity International, do bilionário norte-americano Sam Zell no Grupo Thá. A construtora e incorporadora sediada em Curitiba e com atuação no Paraná e em Santa Catarina. A gestora não informou qual foi a fatia de participação na companhia, apenas que foi bastante significativa.

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De acordo com Eduardo Machado, analista da Amaril Franklin, a notícia da aquisição de parte do Grupo Thá está sendo interpretada como negativa para a Gafisa, já que ela se encontra em uma situação complicada e não seria considerada mais tão atrativa para o bilionário. Vale lembrar que em outubro de 2010, a Equity Internacional vendeu a sua participação na Gafisa e na BR Malls (BRML3), mas voltou a oferecer uma proposta de compra para a construtora em fevereiro de 2012

Cenário difícil da empresa
A companhia vem passando por um momento difícil desde que comprou a Tenda, construtora voltada para os segmentos de baixa renda, avalia o analista. Desde a aquisição, realizada em 2008, a companhia vem passando por diversos problemas, como o cancelamento de obras e perda da credibilidade dos consumidores. Recentemente, fornecedores da construtora foram chamados para renegociar as dívidas, o que indica a situação complicada em que vive a companhia atualmente.

Com uma possível aquisição da Gafisa pela gestora de Sam Zell, afirma Machado, a companhia teria mais condições para se reestruturar. Entretanto, essa nova aquisição indica que o executivo está realizando novas aquisições, deixando em segundo plano a compra da construtora.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.