AB InBev retoma planos e planeja IPO de US$ 5 bilhões de unidade na Ásia

No momento, a empresa belga avalia a demanda dos investidores com o objetivo de lançar a operação já na próxima semana, disseram as fontes ouvidas pela Bloomberg

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(Bloomberg) — A Anheuser-Busch InBev, controladora da brasileira Ambev (ABEV3), planeja levantar cerca de US$ 5 bilhões com uma oferta pública inicial na Bolsa de Hong Kong de sua unidade na Ásia até o fim de setembro, disseram pessoas com conhecimento do assunto. A cervejaria retoma um plano abandonado há dois meses no que teria sido o maior IPO do mundo em 2019.

No momento, a empresa belga avalia a demanda dos investidores com o objetivo de lançar a operação já na próxima semana, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas porque as informações são confidenciais. Na quinta-feira, a empresa disse que o novo pedido de listagem inclui sua participação minoritária na Budweiser Brewing Company APAC, mas exclui suas operações na Austrália, que serão vendidas para a Asahi por US$ 11,3 bilhões, segundo um acordo fechado logo após o cancelamento do IPO em julho.

A decisão de prosseguir com a venda das ações dependeria de “vários fatores e condições prevalecentes no mercado”, disse a AB InBev. Um representante da empresa não quis fazer mais comentários.

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O IPO pode ser um impulso para a Bolsa de Hong Kong em um momento em que o mercado é abalado pela guerra comercial EUA-China e pelos violentos protestos contra o governo. Se levantar US$ 5 bilhões, a oferta inicial da AB InBev Asia seria a segunda maior do mundo este ano, atrás do IPO de US$ 8,1 bilhões do Uber Technologies em maio, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A rápida retomada do possível IPO é o mais novo passo da gigante de cervejas para reduzir sua dívida de mais de US$ 100 bilhões após a mega-aquisição da SABMiller em 2016. Mesmo sem conseguir apoio suficiente de fundos institucionais para o plano original do IPO, que tinha como meta levantar US$ 9,8 bilhões, o CEO Carlos Brito já estava negociando vender sua unidade australiana para a cervejaria japonesa Asahi.

A nova listagem “chegou mais cedo do que esperávamos”, disse Euan McLeish, analista de consumidores do Sanford C. Bernstein, em Hong Kong. “Não está claro exatamente por que a ABI está com tanta pressa já que a venda na Austrália reduziu substancialmente as preocupações dos investidores sobre a dívida. Pode ser que queiram tirar proveito dos altos valuations de cerveja na China ou, talvez, tenham um acordo de fusão e aquisição esperando nos bastidores e precisem de uma listagem para executá-lo.”

Sem a unidade australiana da AB InBev, uma parte de lento crescimento de seu império na Ásia-Pacífico, o novo IPO pode ser mais atraente para investidores que consideraram o valuation anterior muito alto. Sem a Austrália, a receita da unidade asiática em 2018 totalizou US$ 6,7 bilhões, um crescimento orgânico de 7,4%, disse a empresa no prospecto preliminar mais recente.

No documento anterior, a unidade asiática, incluindo a Austrália, teve receita de US$ 8,5 bilhões, com crescimento orgânico de 6,1%.

A esperança da AB InBev é que sua posição de liderança no mercado premium de cerveja na China – com milhões de consumidores – ainda seja atraente para investidores, embora agora enfrente crescente pressão de concorrentes como a Heineken, bem como mudanças nas preferências dos chineses. Embora a AB InBev, que tem sede em Leuven, na Bélgica, tenha participação de 43% do mercado premium na China, a fatia era de 47% em 2014, segundo dados da Euromonitor International.

O JPMorgan Chase e o Morgan Stanley coordenam a oferta, de acordo com o prospecto.

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