AB InBev lança US$ 46 bi em bônus, segunda maior emissão da história

Segundo o IFR, serviço da Thomson Reuters, a emissão em sete tranches ficou pouco atrás do recorde de 49 bilhões de dólares emitidos pela Verizon em 2013, porém acima dos 40 bilhões previstos por profissionais do mercado

Reuters

(shutterstock)

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NOVA YORK – O maior grupo de cervejarias do mundo AB InBev lançou nesta quarta-feira captação com bônus de 46 bilhões de dólares, a segunda maior operação do tipo da história, com demanda recorde de 110 bilhões de dólares do mercado para ajudá-la a financiar a compra da rival SABMiller.

Segundo o IFR, serviço da Thomson Reuters, a emissão em sete tranches ficou pouco atrás do recorde de 49 bilhões de dólares emitidos pela Verizon em 2013, porém acima dos 40 bilhões previstos por profissionais do mercado.

Se o número final não mudar muito, a AB InBev poderá dizer que a operação teve a maior demanda já registrada para uma operação do tipo.

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Bank of America Merrill Lynch, Barclays e Deutsche Bank são os coordenadores globais da oferta. Mitsubishi UFJ, Santander e Société Générale também participam.

Os bancos vão ficar satisfeitos com o sucesso da operação, que muitos acreditam que vai ajudar a melhorar o humor do mercado neste início de ano, marcado por preocupações com a desaceleração da China e a derrocada dos preços das commodities.

A emissão tem tranches de taxa fixa de três, cinco, sete, 10, 20 e 30 anos, além de outra de cinco anos com taxa flutuante.

As tranches de 10 e 30 anos são de 11 bilhões de dólares cada e foram lançadas a Treasuries mais 160 pontos básicos e Treasuries mais 205 pontos, respectivamente.

A enorme demanda permitiu aos coordenadores reduzir a rentabilidade oferecida aos investidores, o que muitos viram como um resultado sólido.

“Há estresse nos mercados de crédito, mas há dinheiro para a transação certa e a InBev é um bom exemplo disso”, disse ao IFR Neil Sutherland, gestor de carteiras na Schroders. “A empresa restringiu o preço até de forma bem agressiva, mas mesmo assim conseguiu demanda de mais de 100 bilhões de dólares”, acrescentou.

(Por Mike Gambale, Laura Benitez e Paul Kilby)