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SÃO PAULO – O resultado do 3º trimestre da Forjas Taurus (FJTA4) estendeu o pessimismo do mercado já visto nos três meses anteriores – no período, a fabricante de armas apresentou um lucro líquido 46% menor em relação ao 3º tri de 2012. No entanto, mesmo com os números fracos, a equipe de análise da Coinvalores Corretora segue confiante com a empresa no longo prazo. Após reunião com os diretores da companhia na semana passada, os analistas da corretora apontam três fatores para seguirem otimistas com a small cap.
Em relatório, os analistas Marco Aurélio Barbosa e Bruno Piagentini Caloni lembram que do início do mau momento da Forjas Taurus já na divulgação dos resultados do 2º trimestre, que foi feita com atraso devido à repactuação das cláusulas referentes a alienação da controlada Taurus Máquinas Ferramenta – no período, a empresa teve prejuízo de R$ 101,3 milhões. Já entre julho e setembro, a companhia voltou a reportar lucro de R$ 5,1 milhões, embora bem abaixo daquele visto no 3º tri de 2012. Mesmo com o fraco resultado, Barbosa e Caloni acreditam que ele reflete as “agruras de um bom crescimento”, com a empresa focada em uma estratégia voltada para a qualidade dos produtos, otimização de capital de giro, consolidação industrial no segmento de armas e melhoria de condições de dívida.
Outro ponto destacado pela dupla é a melhoria da gestão, que deve ser benéfica no médio e no longo prazo. Vale mencionar que na última segunda-feira (18), dias após a divulgação do relatório, a Forjas anunciou a eleição de André Ricardo Balbi Cerviño como novo diretor-presidente da empresa, que irá substituir Dennis Braz Gonçalves no cargo.
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Os 3 fatores
O primeiro dos três fatores apontados pelos analistas da Coin reflete um decreto do governo referente à criação da indústria de defesa nacional. Com isso, as empresas que quiserem fornecer produtos e equipamentos para o exército brasileiro precisam se enquadrar em uma série de condições, se tornando uma EED (Empresa Estratégica de Defesa). “É bom lembrar que a Taurus é praticamente monopolista no mercado doméstico de armas e atende tais exigências regulamentadas. E por qual razão isso é bom? Basicamente porque além da demanda, a companhia classificada como EED se beneficia de uma série de incentivos fiscais, como a redução na alíquota de impostos”, avaliam Barbosa e Caloni.
O segundo fator está associado às duas estratégias da companhia para expansão de seus negócios. O primeiro deles é o interesse da empresa em constituir uma PPP (Parceria Público Privada) com a Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil) para fornecimento de armamentos para o exército. O segundo seria uma possível relação complementar entre suas atividades e as da fabricante de granadas Condor.
O terceiro e último fator está ligado a eventos esperados no final deste ano, como o anúncio de um reajuste da ordem de 6% no segmento de armas nos EUA – um dos principais mercados da Forjas Taurus -, esperado ainda para este mês. “O lançamento de armas inéditas por lá, que deve ocorrer em breve, e a sazonalidade positiva do último semestre, ratificam a perspectiva de melhora dos próximos resultados”, complementam os analistas.
Desempenho da ação
Após alta de 106,8% em 2012, as ações da Forjas Taurus acumulam perdas de 17,3% em 2013, segundo cotação obtida na tarde desta terça-feira (19). No dia 9 de outubro, o papel FJTA4 fechou a R$ 1,98, seu menor patamar desde junho de 2012.
De lá pra cá, eles já subiram 19%, valendo atualmente R$ 2,36.