X, de Elon Musk, prepara cartão e integração financeira para virar superapp

CEO diz que usuários poderão organizar toda sua vida financeira na plataforma; X Money chega aos EUA ainda este ano com parceria com a Visa

Marina Verenicz

Silhueta do perfil do rosto de Elon Musk ao lado do logo do X em foto de ilustração
23/01/2025 REUTERS/Dado Ruvic
Silhueta do perfil do rosto de Elon Musk ao lado do logo do X em foto de ilustração 23/01/2025 REUTERS/Dado Ruvic

Publicidade

A X, rede social comandada por Elon Musk (ex-Twitter), planeja lançar ainda em 2025 um cartão de crédito ou de débito próprio, como parte do projeto de transformar a plataforma em um superaplicativo. A ideia segue o modelo do WeChat, app chinês que concentra mensagens, pagamentos e comércio eletrônico em um único ecossistema, mostrou uma reportagem do Financial Times.

Em entrevista ao jornal britânico, a CEO da X, Linda Yaccarino, afirmou que os usuários poderão, em breve, gerenciar toda a vida financeira dentro da plataforma, com funcionalidades que vão de investimentos a pagamentos peer-to-peer.

X Money: carteira digital e pagamentos entre usuários

O primeiro passo para essa transformação será o lançamento do X Money, um serviço de carteira digital e pagamentos P2P, com estreia prevista ainda este ano nos Estados Unidos. A operação será feita inicialmente em parceria com a Visa, antes de se expandir globalmente.

Segundo Yaccarino, os recursos incluirão desde compra de produtos e armazenamento de valores até o envio de gorjetas a criadores de conteúdo, tudo sem sair da rede social.

“Queremos oferecer um ecossistema comercial e financeiro completo, algo que ainda não existe hoje”, afirmou a executiva ao FT.

Recuperação financeira e retorno de anunciantes

A investida no setor financeiro também é uma resposta à pressão por diversificar receitas, em meio à queda no faturamento publicitário desde que Musk comprou a antiga Twitter, por US$ 44 bilhões, em 2022.

Continua depois da publicidade

Embora a plataforma tenha perdido grandes anunciantes nos primeiros meses após a aquisição, a CEO declarou que 96% dos clientes de publicidade anteriores já retornaram. Segundo ela, a X está prestes a recuperar o nível de publicidade de 2022.

A tentativa de Musk de tornar a X um superapp reflete a crescente tendência entre plataformas ocidentais de replicar o sucesso do WeChat. Além da X, Meta e Snapchat também avaliam integrar soluções financeiras mais robustas a seus ecossistemas.

Resta saber se os consumidores — principalmente nos EUA e Europa — estarão dispostos a centralizar dados e serviços financeiros em uma única plataforma de mídia social.