Venezuela planeja usar criptomoeda para contornar sanções dos EUA, diz agência

Emissora da criptomoeda disse que vai garantir que os valores sejam congelados imediatamente

Lucas Gabriel Marins

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A Venezuela planeja usar criptomoedas para contornar as sanções ao seu petróleo impostas pelos Estados Unidos na semana passada. A informação foi divulgada na segunda-feira (22) pela agência de notícias Reuters, que disse ter ouvido três pessoas familiarizadas com o assunto.

Desde o ano passado, a empresa estatal de petróleo do país, a PDVSA, vem aumentando nas negociações o uso do Tether (USDT) – uma stablecoin cujo valor unitária é atrelado em proporção de 1 para 1 com o dólar, a moeda mais usada para transações da commodity.

Em nota enviada à Reutes, porém, a Tether (empresa emissora do ativo) afirmou que respeita a lista de entidades sancionadas do Departamento do Tesouro dos EUA e que “está comprometida em trabalhar para garantir que os endereços (espécie de contas em redes de criptomoedas) sancionados sejam congelados imediatamente”.

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No ano passado, a PDVSA ficou sob os holotes após a revelação de um desfalque de mais de US$ 21 bilhões em contas a receber não contabilizadas de exportações de petróleo nos últimos anos. Parte das transações teriam sido feitas com criptomoedas.

Neste mês, o ex-ministro do Petróleo do país, Tareck El Aissami, foi preso por suposto envolvimento na fraude bilionário. O governo venezuelano divulgou ontem que mandados de prisão também foram emitidos para funcionários de um banco local que estariam envolvidos no caso.

Sanções

O governo norte-americano voltou a impor punições à Venezuela na semana passada, encerrando um indulto de seis meses, após o governo de Nicolás Maduro não honrar com um acordo para permitir eleições justas e plurais no pleito marcado para o dia 28 de julho.

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No final de março, a coligação de oposição da Venezuela anunciou que a filósofa e professora universitária Corina Yoris, que disputaria contra Nicolás Maduro, não conseguiu completar o registro da candidatura na plataforma eleitoral do país.

De acordo com especialistas, as sanções devem ter pouco impacto no mercado local e global de petróleo no curto prazo. No médio e longo prazo, por outro lado, a produção da nação latino-americana pode diminuir por causa da falta de investimento externo.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney