Tribunal diz que ex-vice do Equador teve prisão ilegal, mas seguirá atrás das grades

Condenado duas vezes por corrupção, Jorge Glas foi preso há uma semana durante uma ação da polícia na embaixada do México em Quito, ação que teria ferido a lei internacional

Reuters

O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, durante entrevista à Reuters no Palácio do Governo (Reuters/Daniel Tapia)

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Quito (Reuters) – Um tribunal no Equador decidiu nesta sexta-feira que a dramática prisão do ex-vice-presidente Jorge Glas, na semana passada, foi ilegal, mas que ele deve permanecer na cadeia devido às suas condenações prévias, decisão da qual a advogada de Glas e sua equipe já adiantaram que irão recorrer.

Condenado duas vezes por corrupção e agora com novas acusações, Glas foi preso há uma semana durante uma ação da polícia na Embaixada do México em Quito, onde ele vivia desde dezembro.

A prisão é o ápice de um período de tensão política entre o Equador e o México, embora ambos os governos tenham dito que estão dispostos a restaurar as relações entre os países.

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A defesa de Glas afirmou que o tribunal de três juízes deveria declarar sua captura ilegal e libertá-lo, argumentando que o governo do Equador violou direitos humanos e a lei internacional ao autorizar as forças de segurança a entrarem na missão diplomática de outro país.

Prisão “ilegal e arbitrária”

O tribunal confirmou que a prisão “foi ilegal a arbitrária”, afirmou a juíza Monica Heredia, mas salientou que, por causa das condenações passadas, “esta corte não pode alterar a sentença (de prisão)”.

A advogada de Glas, Sonia Vera, agradeceu à comunidade internacional em uma mensagem na rede social X, dizendo que a pressão foi fundamental para obter o veredicto de prisão ilegal. “Contudo, Jorge ainda está preso. Vamos recorrer até que ele seja solto”, disse.

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O ex-presidente equatoriano Rafael Correa, de quem Glas foi vice entre 2013 e 2017, afirmou na quarta-feira que o ex-vice detido tentou suicídio e está em greve de fome, em protesto contra sua detenção em uma prisão de Guayaquil, informação confirmada por sua advogada.

Glas foi levado ao hospital na segunda-feira, antes de voltar à prisão no dia seguinte. Em vídeo compartilhado por Vera na quarta-feira, o político contou sobre a sua prisão, dizendo que a polícia o agrediu durante a operação. Os policiais negaram ter torturado Glas, mas disseram que foi necessário o uso progressivo da força devido à resistência do ex-vice-presidente.

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