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O presidente dos EUA, Donald Trump, deu a entender que poderia autorizar a entrega de mísseis de cruzeiro Tomahawk à Ucrânia. A possibilidade reacendeu um debate sobre o impacto prático e político de fornecer à Ucrânia munições de longo alcance que ampliariam substancialmente sua capacidade ofensiva. As informações são do The New York Times.
O Tomahawk é um míssil de cruzeiro com propulsão a jato e asas, projetado para voar relativamente baixo e percorrer trajetórias precisas até alvos terrestres.
Desenvolvido a partir da década de 1970, foi utilizado em diversos conflitos nas últimas décadas — mais de 2.300 lançamentos em combates, segundo registros militares — e está entre as munições de precisão mais recorrentes no arsenal norte-americano. Versões modernas custam cerca de US$ 2,5 milhões por unidade.
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Os Tomahawk têm alcance superior a 1.600 km, velocidade da ordem de 880 km/h (aproximadamente 70% da velocidade do som) e carregam ogivas convencionais com poder explosivo equivalente a centenas de quilos de TNT.
São guiados por sistemas que combinam navegação inercial, GPS e bancos de dados de alvo, o que lhes permite deslocar-se por rotas complexas e manter elevado grau de precisão.
Entrega para a Ucrânia
Se fornecidos, Tomahawks representariam as munições de maior alcance entregues pelos EUA à Ucrânia até agora. Esse salto permitiria ataques em profundidade muito além da linha de frente atual, incluindo, em teoria, alvos em território russo a partir de posições ucranianas, e mudaria a escala das opções militares de Kiev.
O uso desses mísseis poderia, portanto, ampliar o espectro de alvos atingíveis e aumentar o impacto estratégico de eventuais operações ucranianas.
Além das decisões políticas, a introdução de sistemas de longo alcance envolve desafios logísticos e operacionais: manutenção, planejamento de missão, integração com informações de inteligência e, em alguns casos, treinamento das equipes que manuseiam lançadores e software de missão.
Nos últimos anos, forças ucranianas adaptaram-se rapidamente a sistemas ocidentais, mas especialistas ressaltam que armas mais sofisticadas exigem suporte contínuo para garantir emprego seguro e eficaz.
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Riscos de escalada
A principal preocupação diplomática é que Tomahawks, por seu alcance e precisão, possam ser usados para atingir objetivos muito distantes, o que, sobretudo se alvos russos sensíveis forem atingidos, elevaria o risco de escalada do conflito.
Autoridades e analistas alertam que a entrega de munições capazes de atingir centros de comando ou infraestrutura crítica fora das zonas de combate imediato tem implicações políticas e estratégicas profundas.
A decisão de transferir armamento sensível passa por avaliações na administração, no Pentágono e no Congresso, que ponderam efeitos militares, riscos de escalada e a repercussão internacional.
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O anúncio público de Trump sobre a possível disponibilidade de “muitos Tomahawks” intensificou as atenções sobre como Washington pretende equilibrar apoio militar à Ucrânia para evitar uma guerra ampliada.