Síria não é uma ameaça ao mundo, afirma líder rebelde em entrevista

Líder do HTS pediu a suspensão das sanções impostas à Síria, argumentando que o povo sírio merece uma chance de reconstruir a vida sem restrições externas

Equipe InfoMoney

O enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, se encontra com o chefe do Hayat Tahrir al-Sham e líder de fato da Síria, Ahmed al-Sharaa, também conhecido como Abu Mohammed al-Golani, em Damasco, Síria, nesta imagem divulgada em 15 de dezembro de 2024. Hayat Tahrir Al-Sham/Divulgação via REUTERS
O enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, se encontra com o chefe do Hayat Tahrir al-Sham e líder de fato da Síria, Ahmed al-Sharaa, também conhecido como Abu Mohammed al-Golani, em Damasco, Síria, nesta imagem divulgada em 15 de dezembro de 2024. Hayat Tahrir Al-Sham/Divulgação via REUTERS

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Em uma entrevista concedida à BBC em Damasco, Ahmed al-Sharaa, o novo líder de fato da Síria, afirmou que o país está exausto pela guerra e não representa uma ameaça para seus vizinhos ou para o Ocidente.

O líder do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que se destacou na recente ofensiva que derrubou o regime de Bashar al-Assad, pediu a suspensão das sanções impostas à Síria, argumentando que o povo sírio merece uma chance de reconstruir sua vida sem restrições externas.

Al-Sharaa, que liderou a ofensiva relâmpago que resultou na queda do regime de Assad há menos de duas semanas, é conhecido por seu pseudônimo de guerra, Abu Mohammed al-Jolani.

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Durante a entrevista, ele defendeu que o HTS deve ser retirado da lista de organizações terroristas, uma designação imposta por diversos países e organizações, incluindo a ONU, os EUA, a União Europeia e o Reino Unido. O grupo, que se originou como uma facção da al-Qaeda, se desvinculou desse grupo em 2016.

O líder rebelde enfatizou que o HTS não é um grupo terrorista, afirmando que suas ações não visam civis ou áreas civis. Ele se descreveu como uma vítima dos crimes perpetrados pelo regime de Assad, argumentando que os verdadeiros oprimidos não devem ser tratados da mesma forma que seus opressores.

Al-Sharaa também abordou a comparação feita por alguns entre a Síria e o Afeganistão, negando qualquer intenção de transformar seu país em uma versão afegã. Ele destacou as diferenças culturais e sociais entre as duas nações, ressaltando que a Síria possui uma mentalidade distinta e que acredita na educação para as mulheres como um pilar fundamental para o futuro do país.