Rússia classifica explosões em pontes com 7 mortos como “atos de terrorismo”

Desde o início do conflito, casos de sabotagem têm ocorrido em ferrovias russas próximas à Ucrânia

Agência O Globo

Especialistas dos serviços de emergência removem uma locomotiva danificada no local, após uma ponte rodoviária desabar sobre os trilhos da ferrovia, descarrilando um trem que se aproximava na região de Bryansk, Rússia, em 1º de junho de 2025, nesta imagem estática tirada de um vídeo. Ministério de Emergências da Rússia/Divulgação via REUTERS
Especialistas dos serviços de emergência removem uma locomotiva danificada no local, após uma ponte rodoviária desabar sobre os trilhos da ferrovia, descarrilando um trem que se aproximava na região de Bryansk, Rússia, em 1º de junho de 2025, nesta imagem estática tirada de um vídeo. Ministério de Emergências da Rússia/Divulgação via REUTERS

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O desabamento de duas pontes na Rússia foi classificado como “atos de terrorismo”, declarou Svetlana Petrenko, porta-voz do Comitê de Investigação do país, citada pela agência estatal RIA. O incidente ocorreu no sudoeste russo, próximo à fronteira da Ucrânia, deixando pelo menos sete mortos, segundo autoridades russas.

“Durante a noite, o presidente ( Vladimir Putin) recebeu relatórios do FSB (serviço de inteligência russo) e do Ministério de Situações de Emergência sobre os eventos que afetaram trens nas regiões de Kursk e Briansk”, informou o Kremlin no Telegram.

Na região de Briansk, “uma ponte rodoviária desabou devido a uma explosão”, afirmou o Comitê de Investigação em comunicado. Já em Kursk, “uma ponte ferroviária também foi destruída por uma explosão”, acrescentou.

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O primeiro incidente ocorreu na noite de sábado e causou o descarrilamento de um trem.

“O desabamento de uma ponte sobre a ferrovia deixou sete mortos”, disse o governador da região de Briansk, Alexander Bogomaz, informando ainda que 66 pessoas ficaram feridas, incluindo três crianças.

O acidente com o trem N.86, que fazia a rota entre Klimov, na região sudoeste de Belgorod, e Moscou, aconteceu às 22h44 no horário local (16h44 no horário de Brasília) próximo a Phishino-Vygonichi, segundo os Ferrovias de Moscou no Telegram.

A empresa afirmou que o colapso da ponte foi causado por uma “interferência ilegal na operação de transporte”, mas ressaltou que a circulação de outros trens não foi afetada. Imagens divulgadas nas redes sociais mostravam uma parte da ponte destruída e veículos danificados, enquanto equipes de resgate trabalhavam no local.

A área do incidente fica a cerca de 100 km da Ucrânia, país que a Rússia invadiu em fevereiro de 2022.

Até o momento, as autoridades russas não estabeleceram nenhuma ligação direta com o conflito na Ucrânia, e Kiev não comentou oficialmente os desabamentos.

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Segunda ponte desaba

Na manhã de domingo, o governador da região vizinha de Kursk, Alexander Jinstein, anunciou o colapso de uma ponte ferroviária, por onde passava uma locomotiva que “caiu” sobre a rodovia abaixo e “pegou fogo”.

Os maquinistas ficaram feridos e foram hospitalizados, afirmou ele, sem especificar o número de vítimas.

Assim como Belgorod e Briansk, a região de Kursk faz fronteira com a Ucrânia. As forças ucranianas chegaram a ocupar 1.400 quilômetros quadrados da área após um ataque surpresa em agosto de 2024, mas a Rússia retomou o território.

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Desde o início do conflito, casos de sabotagem têm ocorrido em ferrovias russas próximas à Ucrânia, muitos deles realizados por jovens, às vezes menores de idade.

Kiev geralmente não comenta os ataques em território russo, mas em algumas ocasiões os celebra, considerando-os respostas legítimas aos ataques russos contra sua infraestrutura ferroviária.

Rússia avança na região de Sumi

Neste domingo, Moscou afirmou ter tomado a vila de Oleksiivka, na região nordeste de Sumi, na Ucrânia, um dia após anunciar a conquista da localidade de Vodolagui.

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Na mesma região, a Ucrânia ordenou no sábado a evacuação obrigatória de várias vilas, temendo uma grande ofensiva russa.

Na quarta-feira, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, alertou que a Rússia estava concentrando 50 mil soldados para uma possível ofensiva contra Sumi.

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