Reunião entre Trump e Xi reanima esperança de trégua comercial entre EUA e China

A guerra comercial se intensificou neste mês depois que Pequim propôs uma expansão drástica das restrições sobre exportações de minerais de terras raras vitais para aplicações de alta tecnologia

Reuters

Presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, durante reunião do G20, em Osaka, no Japão, em 2019
29/06/2019 REUTERS/Kevin Lamarque
Presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, durante reunião do G20, em Osaka, no Japão, em 2019 29/06/2019 REUTERS/Kevin Lamarque

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Por Trevor Hunnicutt e Michael Martina e David Brunnstrom

BUSAN, Coreia do Sul (Reuters) – Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, se preparam para se reunir na quinta-feira, os negociadores dos EUA sinalizaram que buscam um retorno à frágil trégua da guerra comercial, mas as tensões permanecem altas e as fricções econômicas de longo prazo provavelmente persistirão entre os rivais geopolíticos.

Trump expressou repetidamente seu otimismo quanto à possibilidade de chegar a um acordo quando se encontrar com Xi em Busan, Coreia do Sul, à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec). Será o primeiro encontro cara a cara entre eles desde o primeiro mandato de Trump.

Mas com os dois países cada vez mais dispostos a jogar duro em áreas de competição econômica e geopolítica — o que os analistas veem como uma nova Guerra Fria — muitas perguntas permanecem sobre quanto tempo qualquer distensão comercial pode durar.



A guerra comercial se intensificou neste mês depois que Pequim propôs uma expansão drástica das restrições sobre exportações de minerais de terras raras vitais para aplicações de alta tecnologia. A China domina o fornecimento global desses minerais.
Trump prometeu retaliar com tarifas adicionais de 100% sobre as exportações chinesas e com outras medidas, incluindo possíveis restrições sobre exportações para a China feitas com software dos EUA — medidas que poderiam ter abalado a economia global.
Após uma movimentação intensa no fim de semana entre os principais negociadores comerciais dos dois países, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que espera que Pequim adie os controles sobre as terras raras por um ano e retome as compras de soja dos EUA, essenciais para os agricultores norte-americanos, como parte de uma “estrutura” de acordo a ser avaliada por Trump e Xi.

Antes da cúpula, a China comprou suas primeiras cargas de soja dos EUA em vários meses, informou a Reuters com exclusividade nesta quarta-feira.
Ryan Hass, especialista em China da Brookings Institution, disse, no entanto, que ambos os lados relutarão em abrir mão do controle de bens e tecnologias dos quais o outro lado depende.

“Esses pontos de estrangulamento permanecerão, com as armas carregadas sobre a mesa, enquanto os dois líderes procuram maneiras de reduzir a dependência um do outro em relação a insumos essenciais”, disse ele.

A Casa Branca sinalizou que espera que a cúpula seja a primeira de várias entre Trump e Xi no próximo ano, incluindo possíveis visitas de líderes a cada país, indicando um processo de negociação prolongado.

(Reportagem de Michael Martina, David Brunnstrom, David Lawder, Trevor Hunnicutt e Daphne Psaledakis)