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O Reino Unido e a União Europeia selaram nesta segunda-feira (19) um novo acordo de cooperação, marcando uma reaproximação após o conturbado processo do Brexit, finalizado em 2020. O entendimento abrange áreas como pesca, energia, segurança e mobilidade de jovens, e foi impulsionado, entre outros fatores, pela guinada isolacionista do governo Donald Trump nos Estados Unidos.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, recebeu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Londres, para uma cúpula estratégica, a qual caracterizou como uma “nova era”.
“É uma nova era. É hora de olhar para frente”, disse Starmer em pronunciamento. “Deixar para trás os velhos debates e brigas políticas para encontrar soluções práticas e de bom senso que tragam o melhor para o povo britânico.”

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“É um grande dia porque estamos virando a página e abrindo um novo capítulo que é importante nesses tempos porque estamos vendo o crescimento de tensões geopolíticas”, disse Ursula von der Leyen, mas nós [UE e Reino Unido] pensamos parecido, compartilhamos dos mesmos valores”.
Segundo Reuters, CNBC e Financial Times, que anteciparam a notícia, o acordo inclui acesso recíproco a águas pesqueiras até 2038, avanços em segurança e defesa, e um compromisso para facilitar a circulação de jovens entre os dois blocos. O pacto detalha ainda a criação do programa “experiência juvenil equilibrada”, que permitirá que jovens estudem, trabalhem ou façam voluntariado em ambos os territórios por tempo limitado. A reentrada do Reino Unido no programa Erasmus+ também está em análise.
No entanto, o governo trabalhista de Starmer enfrenta resistência interna. O temor de fortalecimento do partido Reform UK, liderado por Nigel Farage — arquiteto do Brexit — limita a margem para concessões mais amplas. Farage já criticou o novo acordo de pesca, chamando-o de “fim da indústria pesqueira britânica” nas redes sociais.
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Apesar disso, líderes como a chanceler britânica Rachel Reeves celebraram a retomada do diálogo com a UE. “Por muito tempo, foi difícil exportar e trazer talentos do nosso maior parceiro comercial. Isso precisa mudar”, afirmou, segundo a Sky News.