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Gavin Newsom é hoje uma das principais lideranças do Partido Democrata e um dos nomes mais cotados para disputar a presidência dos Estados Unidos no futuro. Atual governador da Califórnia — o estado mais populoso e economicamente relevante do país —, ele se consolidou como um dos principais antagonistas do ex-presidente Donald Trump, com quem trava embates públicos constantes.
Na mais recente escalada de tensão, Trump ameaçou prender Newsom por supostamente obstruir ações federais contra a imigração irregular. O republicano ordenou o envio de 4.700 militares a Los Angeles, incluindo 700 fuzileiros navais, sob o argumento de que o governador perdeu o controle sobre os protestos. Em resposta, Newsom classificou a decisão como “provocativa” e processou a Casa Branca.

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O embate com Trump não é novo. Desde o início de sua gestão, o governador californiano vem se posicionando contra políticas federais de direita, defendendo energia limpa, combate à crise climática, ampliação dos direitos dos migrantes e crítica aberta a estados conservadores como Texas e Flórida em temas como aborto, controle de armas e educação.
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De prefeito a presidenciável
Natural de San Francisco, Newsom enfrentou dislexia na infância, o que dificultou seus anos escolares. Formou-se em administração de empresas pela Universidade de Santa Clara e iniciou a carreira como empresário nos setores de restaurantes e vinhos antes de entrar para a política.
Newsom começou sua trajetória política em 1996, quando foi nomeado para a comissão de transportes de San Francisco. Um ano depois, elegeu-se para o Conselho de Supervisores da cidade e, em 2003, venceu a disputa para a prefeitura. Aos 36 anos, tornou-se o mais jovem prefeito de San Francisco em mais de cem anos.
Foi nesse período que ganhou notoriedade nacional, ao autorizar, em 2004, a emissão de licenças de casamento para casais do mesmo sexo — uma medida pioneira e polêmica na época, que o consolidou como defensor dos direitos civis.
Depois de dois mandatos como vice-governador da Califórnia (2011–2019), foi eleito governador em 2018 com ampla vantagem sobre o republicano John Cox. Reeleito em 2022, após barrar com folga um processo de recall motivado pela condução da pandemia, Newsom fortaleceu sua base no partido e consolidou sua imagem como contraponto a Trump.
Criticado pela esquerda
Apesar da ascensão nacional, Newsom também enfrenta críticas, inclusive de setores da esquerda. Seu ponto mais frágil é a crise habitacional. A Califórnia tem a maior população em situação de rua dos EUA, com mais de 187 mil pessoas nessa condição em 2024. Sob sua gestão, os números aumentaram, e a resposta do governo tem sido vista como insuficiente.
Em um movimento controverso, o governador passou a pressionar municípios a remover acampamentos de sem-teto, justificando riscos à segurança pública — um discurso semelhante ao adotado por Trump.
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Em paralelo, Newsom tem buscado se reposicionar como uma figura mais ao centro político. Ele lançou recentemente um podcast próprio, em que entrevista aliados até do atual presidente republicano, numa tentativa de se mostrar conciliador e ampliar seu eleitorado.