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No primeiro encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde o início da guerra, Vladimir Putin sinalizou disposição para encerrar o conflito na Ucrânia.
Segundo revelações da Reuters e do New York Times, o líder russo teria condicionado a paz ao reconhecimento, por parte de Kiev, da soberania russa sobre Donetsk e Lugansk, áreas atualmente sob ocupação no leste ucraniano.
A proposta, apresentada na reunião realizada na sexta-feira (15), representa o primeiro gesto formal de cessar-fogo atribuído diretamente a Putin desde a invasão iniciada em 2022.
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Fontes próximas às negociações indicam que o Kremlin estaria preparado para recuar das demais regiões sob controle militar, que somam cerca de 20% do território ucraniano, desde que as duas províncias do Donbass, historicamente associadas a movimentos separatistas pró-Rússia, permaneçam sob domínio de Moscou.
Zelensky “precisa fazer o acordo”
O presidente dos EUA confirmou a proposta em entrevista à Fox News, e afirmou já ter comunicado a oferta ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Ao comentar a posição de Kiev, Trump sugeriu que o país aceite os termos de Putin.
“A Rússia é uma grande potência e eles [ucranianos], não. Faça o acordo. Você precisa fazer o acordo”, afirmou Trump. Zelensky, no entanto, tem reiterado em entrevistas recentes que não aceitará ceder nenhum território ucraniano à Rússia como condição para a paz.
Retomada do diálogo entre EUA e Rússia
O encontro entre Putin e Trump, realizado em Anchorage, no Alasca, durou cerca de três horas e foi marcado por trocas de elogios e sinalizações diplomáticas, apesar da ausência de um acordo de cessar-fogo.
Putin classificou o diálogo como “construtivo” e afirmou ver em Trump “o desejo genuíno de compreender o conflito”. Disse ainda esperar que as preocupações russas sejam levadas em conta e que a reunião possa ser um ponto de partida para restaurar as relações entre os dois países.
“Todas as causas fundamentais devem ser eliminadas. Concordo com Trump que a segurança da Ucrânia deve ser garantida”, disse o líder russo.
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Trump, por sua vez, declarou que ainda não há consenso sobre o fim da guerra, mas que os dois presidentes “concordaram na maioria dos pontos” e classificou a conversa como “muito produtiva”.