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A entrada da Venezuela nos Brics gerou divergências explícitas entre Rússia e Brasil durante a recente cúpula em Kazan, Rússia, na quinta-feira (24). O presidente Vladimir Putin apoiou abertamente a adesão da Venezuela, ressaltando que as posições russas “não coincidem” com as brasileiras.
A postura do Brasil reflete a insatisfação de Lula com a recente eleição venezuelana, que foi internacionalmente criticada por falta de transparência, e que o governo brasileiro evita reconhecer formalmente. No entanto, Putin elogiou Lula, descrevendo-o como um “homem muito honesto”.
A criação de uma nova categoria de “Estados parceiros”, proposta no encontro, foi vista como uma estratégia para expandir o alcance geopolítico dos BRICS sem garantir direitos de voto plenos aos novos integrantes.
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Lula, em discurso por videoconferência, defendeu a adoção de critérios rigorosos para selecionar países parceiros, visando evitar futuras controvérsias políticas. O Brasil demonstrou, ainda, desconforto com a inclusão de países como Nicarágua e Venezuela, embora sem vetos formais, preferindo manter o bloco alinhado com princípios democráticos.
A cúpula também abordou temas de grande impacto econômico, como as tensões comerciais globais e a crescente influência da Rússia e da China na definição de políticas de integração regional. A ampliação dos BRICS está em linha com as ambições russas e chinesas de contrabalançar o peso dos Estados Unidos e da União Europeia nas negociações internacionais.
Lula, em sua fala, reiterou sua crítica às guerras e à mudança climática, enquanto defendia uma taxação sobre os “super-ricos” como resposta a desafios econômicos globais, reforçando a pauta progressista do Brasil no cenário global.
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A reunião em Kazan ilustra o papel dinâmico do BRICS em um cenário de economia global volátil, onde a ampliação do bloco e a adoção de novos parceiros representam tanto uma oportunidade de cooperação econômica quanto um desafio diplomático para seus membros.
(Com G1)