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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (2) que o eventual fornecimento de mísseis de cruzeiro Tomahawk pelos Estados Unidos à Ucrânia representaria uma “etapa completamente nova de escalada” no confronto entre Moscou e Washington.
Em um fórum realizado em Sochi, no Mar Negro, Putin reconheceu que os armamentos podem causar danos à Rússia, mas declarou que o país tem condições de neutralizar os ataques com sistemas de defesa aérea.
“Os Tomahawks podem nos causar danos? Podem. Mas vamos abatê-los e aprimorar nosso sistema”, disse, segundo tradução divulgada pela CNBC.
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A fala veio após reportagens do Wall Street Journal e da Reuters indicarem que o governo do presidente americano Donald Trump aprovou o compartilhamento de inteligência com Kiev e avalia enviar mísseis de longo alcance, com alcance estimado em 2.400 km. O movimento ampliaria de forma significativa a capacidade da Ucrânia de atingir alvos dentro do território russo.
Resposta a Trump
Putin também rebateu a recente declaração de Trump de que a Rússia seria um “tigre de papel”, expressão usada para descrever forças que aparentam poder, mas seriam ineficazes.
“Estamos lutando contra todo o bloco da OTAN e avançando de forma confiante. Se somos um tigre de papel, o que a própria OTAN representa?”, provocou o líder russo.
O presidente americano, por sua vez, vem alternando o tom sobre a guerra: já sugeriu que Kiev precisaria ceder território em negociações, mas recentemente afirmou que a Ucrânia pode retomar áreas ocupadas.
Enquanto isso, Moscou prepara um aumento de impostos sobre empresas e consumidores para sustentar sua economia voltada para o esforço de guerra, após mais de três anos e meio de conflito.
Escalada na Europa
A tensão também cresce no flanco leste da União Europeia. Países como Polônia, Estônia, Lituânia e Romênia relataram incursões de aeronaves e drones vindos da Rússia. Alemanha, Dinamarca e Noruega também apontaram violações de espaço aéreo, o que levou a UE a discutir a criação de um “muro de drones” para reforçar suas defesas.
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Putin afirmou que o Kremlin acompanha de perto a “crescente militarização da Europa” e sugeriu medidas de contenção. Moscou, no entanto, nega estar por trás das provocações com drones, classificando as denúncias como “infundadas”.