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A presidente de Honduras, Xiomara Castro, denunciou um “golpe eleitoral” em curso nas eleições presidenciais do país, acusando diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de interferência e manipulação no pleito.
Desde a votação realizada em 30 de novembro, a apuração dos votos tem sido marcada por lentidão, interrupções no site do conselho eleitoral e suspeitas de irregularidades, gerando um clima de tensão política.
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Os dois principais candidatos de direita, Nasry “Tito” Asfura e Salvador Nasralla, estão tecnicamente empatados, com Asfura liderando por uma margem estreita de cerca de 42 mil votos, segundo resultados preliminares com 99,4% das urnas apuradas.
Trump apoiou abertamente Asfura, condicionando o apoio dos EUA ao seu governo, e concedeu perdão ao ex-presidente Juan Orlando Hernández, aliado de Asfura, que havia sido condenado por tráfico de drogas nos Estados Unidos.
Castro criticou duramente a interferência americana, afirmando que a soberania do povo hondurenho não pode ser negociada e que as eleições foram marcadas por ameaças, manipulação e adulteração dos resultados.
A candidata do partido liberal, Rixi Moncada, apoiada por Castro, aparece em terceiro lugar e foi alvo de ataques de Trump, que a acusou de comunista e associou sua possível vitória ao regime de Nicolás Maduro, da Venezuela.
O procurador-geral de Honduras emitiu um mandado de prisão internacional contra Hernández, que está foragido após sua libertação nos EUA.
Castro prometeu denunciar o caso a organismos internacionais como ONU, União Europeia, OEA e CELAC, reforçando a gravidade da crise política no país. Nasralla também denunciou fraude e pediu recontagem dos votos “título por título”.
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O conselho eleitoral ainda precisa revisar cerca de 14,5% das urnas com inconsistências antes de anunciar o resultado oficial, previsto para até 30 de dezembro.