Novo prazo para guerra comercial prolonga instabilidade, diz agência da ONU

O período de incerteza prolongado prejudica os investimentos de longo prazo, segundo a diretora da agência

Reuters

Presidente dos EUA, Donald Trump, ao lado do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, enquanto Trump faz anúncio sobre tarifas na Casa Branca, em Washington, D.C., Estados Unidos
2/04/2025
REUTERS/Carlos Barria
Presidente dos EUA, Donald Trump, ao lado do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, enquanto Trump faz anúncio sobre tarifas na Casa Branca, em Washington, D.C., Estados Unidos 2/04/2025 REUTERS/Carlos Barria

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GENEBRA (Reuters) – A decisão do governo dos Estados Unidos de prorrogar o prazo de negociação das tarifas está prolongando a incerteza e a instabilidade para os países, disse nesta terça-feira a diretora executiva da agência de comércio das Nações Unidas.

Na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua guerra comercial informando a 14 países, entre eles Japão e Coreia do Sul, que eles agora enfrentarão tarifas muito mais altas a partir de um novo prazo de 1º de agosto.

“Essa medida, na verdade, prorroga o período de incerteza, prejudicando os investimentos de longo prazo e os contratos comerciais, além de criar mais incerteza e instabilidade”, disse Pamela Coke-Hamilton, diretora executiva do Centro Internacional de Comércio, a repórteres em Genebra.

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“Se uma empresa não tem clareza sobre os custos que irá pagar, não pode planejar, não pode decidir quem irá investir”, disse Coke-Hamilton, citando o exemplo de Lesoto, onde as principais empresas exportadoras de têxteis seguraram seus investimentos enquanto aguardam o resultado das tarifas.

A incerteza, combinada com cortes profundos na ajuda ao desenvolvimento, criou um “choque duplo” para os países em desenvolvimento, acrescentou.

Os países têm sido pressionados a fechar acordos com os EUA depois que Trump desencadeou uma guerra comercial global em abril, que agitou os mercados financeiros e fez com que as autoridades se agissem para proteger suas economias.

(Reportagem de Olivia Le Poidevin e Emma Farge)