“No crazy war, please”, diz Maduro em meio à escalada de tensão com os EUA

Ditador venezuelano faz apelo por paz após Donald Trump intensificar ataques a supostos alvos ligados ao narcotráfico no Caribe

Marina Verenicz

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, segura seus óculos durante uma coletiva de imprensa, em meio ao aumento das tensões com os Estados Unidos devido ao envio de navios de guerra americanos no sul do Caribe e águas próximas, que, segundo autoridades dos EUA, tem como objetivo enfrentar ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos, em Caracas, Venezuela, 1º de setembro de 2025. REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, segura seus óculos durante uma coletiva de imprensa, em meio ao aumento das tensões com os Estados Unidos devido ao envio de navios de guerra americanos no sul do Caribe e águas próximas, que, segundo autoridades dos EUA, tem como objetivo enfrentar ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos, em Caracas, Venezuela, 1º de setembro de 2025. REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu o fim das hostilidades e fez um apelo pela paz em discurso televisionado na noite desta quinta-feira (23), em meio à crescente tensão entre Caracas e Washington.

Falando em espanhol e inglês, Maduro afirmou: “No a la guerra… Sí, paz, para siempre”, em tradução livre, “Não à guerra… Sim, paz, para sempre”.

De forma bem-humorada, ele disse que fazia o pronunciamento em “língua Tarzania”, numa referência ao personagem Tarzan, e concluiu: “No a la guerra de los locos, no a la locura de la guerra” (“não à guerra dos loucos, não à loucura da guerra”).

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O discurso ocorre enquanto os Estados Unidos ampliam operações militares no Caribe e no Pacífico, com o objetivo declarado de combater o narcotráfico na região.

Segundo o governo norte-americano, os ataques mais recentes resultaram na morte de pelo menos 32 pessoas, mas Washington não apresentou detalhes sobre as supostas cargas de drogas ou provas que sustentem as operações.

Na última semana, o presidente Donald Trump voltou a falar publicamente sobre a possibilidade de atingir alvos em território venezuelano, o que representaria uma escalada direta nas tensões bilaterais. Segundo ele, qualquer ofensiva desse tipo seria informada ao Congresso dos EUA.

Maduro negou as acusações de envolvimento com o tráfico e classificou as ações militares americanas como “violações da soberania venezuelana”.

O governo de Caracas afirma que as recentes movimentações navais no Caribe têm caráter “provocativo e desestabilizador”, e pediu apoio de aliados regionais para conter o avanço da operação liderada pelos EUA.