Netanyahu rejeita retirada de Gaza e diz que guerra só termina com derrota do Hamas

Primeiro-ministro defende controle contínuo sobre o território e critica apelos por cessar-fogo antes de acordo com o grupo

Marina Verenicz

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, faz uma declaração durante uma visita ao local do Instituto de Ciências Weizmann, que foi atingido por um bombardeio de mísseis iranianos, na cidade central de Rehovot, Israel, em 20 de junho de 2025. JACK GUEZ/Pool via REUTERS
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, faz uma declaração durante uma visita ao local do Instituto de Ciências Weizmann, que foi atingido por um bombardeio de mísseis iranianos, na cidade central de Rehovot, Israel, em 20 de junho de 2025. JACK GUEZ/Pool via REUTERS

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado (16) que a retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza está fora de questão e reiterou que a guerra contra o Hamas só terminará com a derrota total do grupo. Segundo ele, o controle de Israel sobre o território será mantido como condição para qualquer acordo de cessar-fogo.

“Nosso controle contínuo sobre Gaza é uma das condições para o fim da guerra, e o Hamas se recusa a aceitá-la”, disse Netanyahu em pronunciamento. “Queremos garantir a desmilitarização da Faixa ao longo do tempo, com medidas contínuas contra qualquer tentativa de rearmamento.”

A declaração ocorre em meio a pressões internas e externas por um acordo que viabilize a libertação de reféns e o fim do conflito, que já deixou mais de 60 mil mortos em Gaza, segundo autoridades locais. Em Israel, o conflito começou após um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou mais de 1.200 pessoas e resultou na captura de 251 reféns.

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Netanyahu critica apelos por cessar-fogo imediato

Netanyahu também rechaçou os pedidos por um cessar-fogo antes da rendição do Hamas. Para o premiê, isso apenas reforçaria a posição do grupo e adiaria a libertação dos reféns.

Ele argumentou que uma retirada total permitiria que o Hamas se reorganizasse, se armasse novamente e voltasse a atacar cidades próximas à fronteira, como Nir Oz, Kissufim e Sderot.

“Quem pede o fim da guerra sem que o Hamas se renda está garantindo que os horrores de 7 de outubro se repitam. Isso nos condenaria a uma guerra sem fim”, afirmou.

Atualmente, 50 reféns israelenses ainda estariam em poder do grupo, segundo o governo. Estima-se que apenas 20 deles estejam vivos.

“Unidade nacional”

Apesar da rejeição ao cessar-fogo imediato, Netanyahu sinalizou que apoia negociações para a libertação dos reféns, desde que acompanhadas da desarticulação militar do Hamas.

“Para libertar os reféns e garantir que Gaza nunca mais represente uma ameaça a Israel, precisamos derrotar o Hamas”, disse. “Juntos, completaremos a vitória e colocaremos fim à guerra.”

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Enquanto isso, manifestações em todo o país pedem um acordo imediato. Estão previstos bloqueios de estradas, marchas e comboios, além de greves com adesão de municípios, empresas, universidades e companhias de tecnologia.