Ministros das Relações Exteriores do G7 se reúnem em meio a pedidos de sanções ao Irã

A escalada das tensões entre Israel e Irã e as guerras em Gaza e na Ucrânia dominarão a agenda

Equipe InfoMoney

Chefe de política externa da UE, Josep Borrel, é recebido pelo ministro do Exterior iraliano, Antonio Tajani, para encontro do G7, em Capri (REUTERS/Claudia Greco)17/04/2024 REUTERS/Claudia Greco

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Os ministros das Relações Exteriores dos países do G7 se reuniram na ilha italiana de Capri, nesta quarta-feira, para três dias de discussões ofuscadas pelas expectativas de uma retaliação israelense contra o Irã após ataques com mísseis e drones.

A escalada contínua das tensões entre Israel e Irã e as guerras em Gaza e na Ucrânia dominarão a agenda dos ministros de Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Alemanha, Canadá e Japão.

A Itália, que detém a presidência rotativa do G7, está pressionando por um cessar-fogo em Gaza e pela redução das tensões no Oriente Médio, mas Israel parece muito propenso a retaliar os ataques do fim de semana do Irã, apesar dos apelos ocidentais por moderação.

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“Em um cenário de fortes tensões internacionais, o G7 liderado pela Itália tem a tarefa de trabalhar pela paz”, disse o ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, em um comunicado.

Os países do G7 prometeram apoio a Israel após a ofensiva, que veio em resposta a um suposto ataque aéreo israelense contra o complexo da embaixada do Irã em Damasco, na Síria, em 1º de abril, que matou dois generais e vários outros oficiais iranianos.

Os EUA disseram na terça-feira que estavam planejando impor novas sanções ao programa de mísseis e drones de Teerã nos próximos dias e esperavam que seus aliados seguissem o exemplo. Tajani disse à Reuters nesta semana que quaisquer sanções podem se concentrar apenas em indivíduos.

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Os mísseis e drones iranianos lançados no sábado foram, em sua maioria, abatidos por Israel e seus aliados, e não causaram mortes. Mas Israel diz que deve retaliar para preservar a credibilidade de seus meios de dissuasão. O Irã diz que considera o assunto encerrado por enquanto, mas retaliará novamente se Israel o fizer.

A invasão da Ucrânia pela Rússia também será um dos principais tópicos em Capri, com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, com presença confirmada nas discussões de quinta-feira.

A Alemanha disse nesta quarta-feira que os ministros do G7 discutirão como obter mais defesas aéreas para a Ucrânia, à medida que Kiev enfrenta uma pressão crescente dos ataques aéreos russos em sua rede de energia.

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Outra questão fundamental será a utilização dos lucros de cerca de 300 bilhões de dólares de ativos soberanos russos mantidos no Ocidente para ajudar a Ucrânia, em meio à hesitação entre alguns membros da União Europeia sobre a legalidade de tal ação.

A sessão de abertura do encontro nesta quarta-feira terá como foco Gaza e Irã, com a situação no Mar Vermelho sendo analisada na quinta-feira. Antes de se voltarem para a Ucrânia, os ministros analisarão formas de fortalecer os laços com a África.

Os ministros do G7 também discutirão a estabilidade na região do Indo-Pacífico, de acordo com a Itália, e realizarão debates sobre questões como conectividade de infraestrutura, segurança cibernética, inteligência artificial e a luta contra notícias falsas.

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