Maduro promete declarar “república em armas” se forças dos EUA atacarem a Venezuela

Maduro reage à ampliação da frota naval dos EUA com convocação de reservistas e críticas à política americana na região

Estadão Conteúdo

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, realiza uma coletiva de imprensa em meio ao aumento das tensões com os Estados Unidos devido ao envio de navios de guerra americanos no sul do Caribe e águas próximas, que, segundo autoridades dos EUA, têm como objetivo enfrentar ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos, em Caracas, Venezuela, 1º de setembro de 2025. REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, realiza uma coletiva de imprensa em meio ao aumento das tensões com os Estados Unidos devido ao envio de navios de guerra americanos no sul do Caribe e águas próximas, que, segundo autoridades dos EUA, têm como objetivo enfrentar ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos, em Caracas, Venezuela, 1º de setembro de 2025. REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira, 1º de setembro, que “declararia constitucionalmente uma república em armas” caso o país fosse atacado pelas forças que os Estados Unidos deslocaram para o Caribe. Washington anunciou a ampliação de sua presença naval na região para combater cartéis de drogas, mas não sinalizou incursão terrestre. Ainda assim, Caracas enviou tropas para a costa e para a fronteira com a Colômbia e convocou cidadãos a integrarem milícias civis.

Maduro denunciou que “oito navios militares com 1.200 mísseis e um submarino” apontam para a Venezuela, configurando “uma ameaça extravagante, injustificável, imoral e absolutamente criminosa, sangrenta”.

Ele acrescentou: “Diante dessa máxima pressão militar, declaramos máxima prontidão para a defesa da Venezuela.”

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Segundo o presidente, o número total de recrutados, milicianos e reservistas chega a 8,2 milhões.

O governo de Donald Trump argumenta que a operação é necessária para conter o tráfico de fentanil e outras drogas. O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil, porém, citou relatório da ONU segundo o qual 87% da cocaína colombiana sai pelo Pacífico e apenas 5% passa pela Venezuela.

Ele alertou que a narrativa “ameaça toda a região” e que um ataque “significaria realmente uma completa desestabilização”.

Durante a coletiva, Maduro voltou a se declarar vencedor da eleição de 2024, não reconhecida por diversos países. Ele disse manter canais de diálogo com Washington e chamou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, de “senhor da guerra”.

Segundo ele, uma ofensiva militar norte-americana contra Caracas mancharia as mãos de Trump “com sangue”.