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A Venezuela ampliou sua mobilização militar diante do avanço das tensões com os Estados Unidos. Nas últimas semanas, vídeos de caças sobre grandes cidades, exercícios com munição real e a instalação de barreiras antiveiculares em acessos estratégicos passaram a ser divulgados de forma recorrente pelas Forças Armadas.
O movimento se acelerou após o presidente americano, Donald Trump, afirmar no sábado (29) que o espaço aéreo venezuelano deve ser tratado como “totalmente fechado”, declaração rejeitada pelo governo Maduro como uma “ameaça colonialista”.

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Caracas reforçada
Na principal ligação entre a capital e o litoral, a rodovia Caracas–La Guaira, surgiram novos obstáculos de concreto projetados para atrasar qualquer avanço terrestre. Imagens de satélite mostram barreiras posicionadas em trechos estreitos do corredor, único caminho prático para chegar ao centro do poder venezuelano em caso de invasão.
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Maduro apresentou na TV estatal um plano de defesa para Caracas e La Guaira, prometendo posicionar equipamentos em “rua por rua”.
Exibição de sistemas russos
Para demonstrar capacidade de reação, unidades militares divulgaram imagens de radares P-18-2M, baterias Buk-M2E e plataformas Pechora S-125 em operação. O governo busca afastar dúvidas sobre a condição dos equipamentos, embora sistemas mais avançados, como os S-300, continuem ausentes das demonstrações recentes.
Ao mesmo tempo, os EUA reforçaram sua presença no Caribe com aeronaves de ataque, reconhecimento e bombardeio em uma demonstração de poder realizada na quinta-feira (27).
Treinamento intensificado
As FANB também multiplicaram vídeos de exercícios, incluindo simulações com drones e manobras de tiro real próximas a áreas onde navios de guerra americanos estiveram recentemente. Maduro voltou a promover a milícia bolivariana, cuja dimensão e preparo são questionados por especialistas.
Em cidades como Maracay e na Ilha Margarita, civis registraram caças F-16 e jatos Su-30 sobrevoando áreas urbanas, parte de uma estratégia de exibição de força que consome horas de voo de uma frota já reduzida.
Enquanto Caracas reforça sua retórica e mostra seus equipamentos, Washington mantém operações aéreas e navais no Caribe. A tensão segue em alta, com sinais crescentes de que ambos os lados tentam demonstrar capacidade de resposta antes de qualquer negociação real.
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