Líder da oposição na Coreia do Sul permanece internado após ataque a faca

Lee Jae-myung está internado na UTI de um hospital de Seul, um dia depois de sofrer o atentado; motivação do agressor ainda é desconhecida

Roberto de Lira

Lee Jae-myung, líder da oposição na Coreia do Sul, durante um debate em Seul (SeongJoon Cho/Bloomberg)

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Lee Jae-myung, líder do principal partido de oposição da Coreia do Sul, permanece internado numa unidade de terapia intensiva do Hospital Universitário Nacional de Seul, após ter passado por uma cirurgia de emergência na terça-feira (2), quando foi esfaqueado no pescoço durante uma visita à cidade de Busan

Lee sofreu um corte de 9 milímetros de profundidade na região da veia jugular, um ferimento considerado “grave” pela junta médica que o acompanhou. A cirurgia para reparar os danos durou duas horas, informou o jornal em inglês The Korea Herald.

Segundo a emissora de TV JTBC, o suspeito da agressão, que foi preso, tem 67 anos e foi identificado apenas pelo sobrenome Kim. As investigações preliminares apontam que ele se misturou a um grupo de apoiadores do Partido Democrata e fingiu pedir um autógrafo para se aproximar de Lee então atacá-lo.

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Um legislador do partido da oposição, que pediu anonimato, disse à JTBC que o suspeito era um apoiador de longa data do governista Partido do Poder Popular até recentemente.

Já o porta-voz sênior do Partido do Poder Popular, o deputado Park Jeong-ha, disse que é “muito cedo” nesta fase para determinar qualquer coisa e expressou pesar pelas “tentativas de responsabilizar o partido no poder” por meio da “distorção da verdade”.

O atentado aconteceu a 100 dias das eleições parlamentares da Coreia e paralisou os círculos políticos do país, segundo a imprensa local.

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O ataque surpresa de terça-feira aparentemente interrompeu até os planos do ex-líder do Partido Democrata e ex-primeiro-ministro Lee Nak-yon de estabelecer um novo partido político.

Nos últimos meses, o antigo primeiro-ministro vinha apelando à renúncia de Lee Jae-myung da posição de liderança, criticando a sua monopolização do poder dentro do partido.

Lee Nak-yon já havia dito que iria deixar o Partido Democrata e lançar sua própria agremiação política e os observadores esperavam que o anúncio fosse feito até o final desta semana.

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O presidente Yoon Suk Yeol classificou nesta quarta-feira (3) o ataque a Lee como “um ato de terrorismo”, ao mesmo tempo em que condenou tal violência como um “inimiga da democracia liberal”.