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O Nobel de Economia Paul Krugman criticou o pacote de US$ 20 bilhões em apoio dos Estados Unidos à Argentina, anunciado na quinta-feira, 9. Krugman acusou o governo de Donald Trump de promover um “resgate bilionário” para beneficiar aliados de Wall Street. Em texto publicado em seu site, o economista afirmou que o apoio norte-americano ao presidente argentino, Javier Milei, representa “um socorro aos amigos de Bessent” – em referência ao secretário do Tesouro, Scott Bessent – e não aos interesses estratégicos dos Estados Unidos.
Krugman destacou o contraste entre o “ódio do governo Trump a qualquer tipo de ajuda humanitária”, cujo corte “poderá causar a morte evitável de milhões de crianças em países pobres”, e a disposição em financiar “um governo de direita com histórico de corrupção, instabilidade política e nove calotes soberanos”.
Para o economista, “não há cenário plausível em que mesmo US$ 20 bilhões salvem a estratégia econômica fracassada de Milei“, baseada em uma política de estabilização cambial que “a América Latina transformou em museu de fracassos”. Ele lembrou que presenciou o colapso da conversibilidade argentina em 2001 e que o atual plano repete o mesmo roteiro de “euforia inicial seguida de desastre”.
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Krugman argumenta que o pacote americano não tem justificativa econômica nem política, servindo apenas para “permitir que fundos vendam ativos argentinos a preços inflados antes de nova queda do peso”.
Segundo ele, “enquanto milhões de crianças morrem por falta de ajuda, os contribuintes americanos bancam um resgate inútil ao Elon Musk do Sul” – referindo-se a Milei.