Israel continua ataques ao Irã e bombardeia aeroporto militar; protestos tomam o país

Nova ofensiva atinge noroeste iraniano; ataques anteriores deixaram bairros destruídos e civis mortos em Teerã

Paulo Barros

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Israel realizou um novo bombardeio nesta sexta-feira (13) contra o aeroporto militar da cidade de Tabriz, no noroeste do Irã, segundo informou a agência semioficial Tasnim, ligada à Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). O ataque ocorreu no começo da tarde, hora local, segundo testemunhas.

Imagens publicadas em redes sociais e checadas pelo The New York Times e pela agência Reuters mostra fumaça densa subindo da região, enquanto moradores observavam com espanto a sequência de explosões.

Até o momento, o governo israelense não comentou oficialmente sobre a ofensiva. Em nota, o Exército de Israel limitou-se a informar que segue interceptando drones iranianos lançados contra seu território, sem detalhar números ou resultados recentes.

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Fumaça sobe do aeroporto de Tabriz, no Irã, em 13 de junho de 2025, nesta captura de tela obtida de um vídeo de mídia social. Mídias sociais/via REUTERS

Noite de pânico em Teerã

O ataque em Tabriz vem na sequência de bombardeios iniciados na madrugada que atingiram dezenas de alvos militares e nucleares em várias cidades iranianas, incluindo a instalação de Natanz e a base militar de Parchin, perto de Karaj. Em Teerã, bairros residenciais de classe alta, média e operária foram atingidos, segundo testemunhos, imagens e a mídia estatal.

A destruição em áreas civis foi significativa: prédios desabaram parcialmente, tetos colapsaram e ruas ficaram cobertas por destroços. Em bairros como Pasdaran, Sadaat Abaad e Chitgar Lake, moradores relataram ao NYT explosões durante a madrugada. Muitos abandonaram suas casas com crianças ainda de pijama.

Nas ruas, havia longas filas em postos de gasolina e mercados, enquanto moradores se preparavam para novos ataques. O governo pediu calma, mas não ofereceu diretrizes claras de segurança.

Protestos tomam as ruas do Irã

Apoiadores muçulmanos xiitas paquistaneses do partido político Majlis-e-Wahdat-e-Muslimeen (MWM) entoam slogans enquanto participam de um protesto anti-israelense após os ataques israelenses no Irã, em Karachi, Paquistão, em 13 de junho de 2025. REUTERS/Akhtar Soomro
Pessoas participam de um protesto anti-israelense após os ataques israelenses ao Irã, em Teerã, Irã, em 13 de junho de 2025. Majid Asgaripour/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS

Em várias cidades do Irã, como Teerã e Karachi, moradores tomaram as ruas em protesto após a ofensiva israelense, entoando “Morte a Israel” e “Morte à América”. A estrada entre Teerã e Isfahan foi fechada devido aos ataques à usina nuclear de Natanz, afetando uma das principais conexões logísticas do país.

Apesar da tentativa oficial de conter o pânico, cresce o temor entre os iranianos de que o país esteja à beira de uma guerra prolongada, com parte de suas defesas aéreas comprometidas e líderes militares eliminados.

(com The New York Times e Reuters)

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)